Realizações das Ciências – Parte II
- Sex, 26 de Agosto de 2011
- Seção:
- Categoria: História da Civilização
Ricardo Bergamini
Geologia
Destaca-se o inglês Charles Lyell, que investiga a formação dos estratos e a origem dos fósseis. Seus ensinamentos (Principles of Geology, 1830-1833) levaram ao desenvolvimento da Paleontologia.
Evolucionismo
1809: Jean Lamarck, francês, publica a primeira teoria sistemática sobre a evolução orgânica: herança dos caracteres adquiridos. (Hoje, esta hipótese somente parcialmente é aceita); 1859: Charles Darwin, inglês, publica a Origem das Espécies; teoria da evolução orgânica, explicada pela hipótese do “struggle for life” (a luta pela vida) e da seleção natural.
Ciências da Linguagem
A Lingüística estuda e compara os idiomas do Oriente, especialmente o sânscrito. A Filologia dedica-se aos idiomas romances (crítica erudita dos textos, estudos gramaticais).
Em relação com os progressos da Arqueologia, destacam importantes achados e geniais trabalhos de decifração: Grotefend (cuneiformes,1802); Champollion (pedra de Rosetta, hieróglifos egípcios, 1822); Rawlinson (rocha de Beistum, 1837; cuneiformes).
Ciências Sociais, Filosofia
Há progressos na História (espírito científico), na Geografia Humana e na Economia. Cria-se a Sociologia. Na Filosofia predominam as idéias conservadoras e reacionárias: a ordem acima da liberdade.
A nova corrente histórica recorre às fontes, diretamente. Cada fato pretende ser esmiuçado – objetiva, cientificamente – nas suas origens (causas) e no seu processo evolutivo. Destacam-se, entre os historiadores:
Na França: Thierry (1795-1856) e Michelet (1798-1874); na Inglaterra: Macaulay (1800-1859) e Carlyle (1795-1881), autor de Os heróis e o culto os heróis (1840).
A obra de Adam Smith – fundador da economia clássica – é continuada por eminentes economistas ingleses: Malthus, David Ricardo, James Mill, considerados “clássicos”, “individualistas” ou “liberais”.
Aparecem, também, novas teorias econômicas e novas doutrinas sociais, elaboradas por adversários da economia clássica (antiliberais): Liberalismo e Corporativismo (John Stuart Mill); Intervencionistas (Sismondi); Nacionalistas (List); Socialistas Utópicos (Fourier, Owen, Louis Blanc); Socialistas “científicos” (Marx e Engels).
Na filosofia predomina o idealismo romântico de Emanuel Kant (1724-1804) e dos seus discípulos – Fichte, Schelling, Hegel. A teoria romântica da verdade combina-se com a concepção idealista do universo. O racionalismo e o materialismo aliam-se à intuição e ao espiritualismo. Politicamente, são nacionalistas, pregam o direito do mais forte e a supremacia do Estado sobre o indivíduo. Fichte e Hegel são precursores ideológicos do totalitarismo. Pela sua teoria do choque entre sistemas opostos e a conseqüente evolução progressiva, Hegel (1770-1831) influirá mais tarde em Marx (teoria do materialismo histórico).
O francês Augusto Comte (1798-1857) cria o positivismo, uma corrente filosófica antimetafisica, liberal e prática, que adota um novo critério na classificação e definição das ciências – e tenta conciliar o pensamento filosófico com o progresso científico. A filosofia de Comte procura melhorar a humanidade e promover o progresso social.
O autor é Professor de Economia