Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE - Base: Março de 2012

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Produção industrial varia - 0,5% em março

 

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Em março, a produção industrial variou -0,5%, em relação a fevereiro, na série livre de influências sazonais, após registrar recuo de 1,6% em janeiro e expansão de 1,3% em fevereiro. Frente a março de 2011, o total da indústria apontou queda de 2,1% em março de 2012, sétimo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. Assim, os índices do setor industrial para o fechamento do primeiro trimestre de 2012 foram negativos tanto no confronto com igual período do ano anterior (-3,0%), como na comparação com o trimestre imediatamente anterior (-0,5%), na série com ajuste sazonal. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao recuar 1,1% em março de 2012, prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010 (11,8%) e assinalou a taxa negativa mais intensa desde fevereiro de 2010 (-2,6%).


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Produção Industrial recua em 18 dos 27 ramos pesquisados

 

O recuo de 0,5% observado no total da indústria, entre fevereiro e março, teve perfil generalizado de queda, alcançando a maioria (18) dos vinte e sete ramos pesquisados, com destaque para as perdas registradas por edição, impressão e reprodução de gravações (-7,1%), refino de petróleo e produção de álcool (-3,6%), outros produtos químicos (-2,3%) e equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (-10,1%). Vale ressaltar que esses setores apontaram resultados positivos em fevereiro último: 1,0%, 2,4%, 2,8% e 24,0%, respectivamente. Também mereceram destaque as contribuições negativas vindas de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-6,9%), produtos de metal (-3,4%), indústrias extrativas (-1,8%) e farmacêutica (-2,1%). Entre as nove atividades que avançaram a produção nesse mês, a principal influência sobre o total da indústria ficou com veículos automotores (11,5%), que acumulou expansão de 26,2% em dois meses consecutivos de resultados positivos, eliminando assim parte da queda de 31,2% verificada em janeiro último.

 

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, os setores produtores de bens intermediários (-0,9%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,8%) apontaram as taxas negativas em março de 2012, com o primeiro eliminando parte do avanço de 2,1% observado no mês anterior, e o segundo interrompendo quatro meses de taxas positivas que acumularam expansão de 4,2%. Por outro lado, os segmentos de bens de capital (3,8%) e de bens de consumo duráveis (3,4%) mostraram avanço na produção nesse mês. Enquanto o primeiro, após recuar 16,0% em janeiro último, por conta especialmente da menor produção de caminhões, avançou por dois meses seguidos, acumulando expansão de 9,7% nesse período, o segundo, ao crescer 3,4% em março de 2012, recuperou parte da perda de 7,5% acumulada entre fevereiro 12/dezembro 11.

 

Média Móvel Trimestral registra -0,3% em março

 

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação negativa de 0,3% no trimestre encerrado em março frente ao nível do mês anterior, após registrar taxa negativa em janeiro (-0,4%) e ficar praticamente estável em fevereiro (0,1%). Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, os destaques negativos ficaram com bens de capital (-2,9%) e bens de consumo duráveis (-1,5%), que prosseguiram com as trajetórias descendentes iniciadas em dezembro e janeiro, respectivamente. O segmento de bens intermediários (-0,4%) também assinalou recuo em março de 2012 e permaneceu com o comportamento predominantemente negativo verificado desde junho de 2011. O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis, com variação positiva de 0,2% nesse mês, apontou a quarta taxa positiva consecutiva, mas a menos intensa dessa sequência.

 

Indústria apresenta queda de 2,1% em março de 2012 frente a março de 2011

 

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial mostrou queda de 2,1% em março de 2012, recuo menos intenso que os observados em janeiro (-2,8%) e fevereiro (-4,0%). Vale citar que março de 2012 (22 dias) teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior (21). O índice desse mês teve perfil disseminado de resultados negativos, já que três das quatro categorias de uso e a maior parte (16) das 27 atividades pesquisadas apontaram redução na produção. Entre os ramos, veículos automotores, que recuou 7,5%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionado em grande parte pela queda na produção de aproximadamente 80% dos produtos investigados no setor, com destaque para caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias, automóveis, caminhões, eixos e chassis com motor para ônibus e caminhões. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-18,4%), metalurgia básica (-6,5%), produtos de metal (-9,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,8%), edição, impressão e reprodução de gravações (-7,2%), têxtil (-8,0%) e máquinas e equipamentos (-1,9%). Por outro lado, ainda na comparação com março de 2011, entre os onze setores que registraram taxas positivas, os principais impactos ficaram com os setores de outros equipamentos de transporte (11,3%), bebidas (6,8%) e outros produtos químicos (2,9%).

 

Bens de capital e de consumo duráveis tiveram quedas superiores ao total da indústria

 

Os índices por categorias de uso, ainda na comparação com igual mês do ano anterior, confirmam o perfil de predomínio de taxas negativas no setor industrial em março de 2012, com bens de capital (-5,7%) e bens de consumo duráveis (-4,7%) registrando ritmo de queda superior ao do total da indústria (-2,1%). No primeiro segmento, que apontou o recuo mais intenso entre as categorias de uso nesse mês, observou-se resultados negativos em todos os seus subsetores, com destaque para as perdas verificadas em bens de capital para uso misto (-8,6%) e para equipamentos de transporte (-4,0%), pressionados em grande parte pelos recuos na fabricação de produtos do segmento de informática, no primeiro grupo, e de caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias, caminhões e chassis com motor para ônibus e caminhões, no segundo. As demais taxas negativas foram registradas por bens de capital para construção (-17,7%), bens de capital para fins industriais (-4,3%), para energia elétrica (-4,4%) e agrícolas (-0,2%). O resultado negativo assinalado por bens de consumo duráveis foi particularmente pressionado pela menor fabricação de telefones celulares (-23,1%), automóveis (-3,6%), eletrodomésticos da “linha marrom” (-8,3%) e motocicletas (-2,4%). Nessa categoria de uso, os impactos positivos mais relevantes vieram da maior produção de eletrodomésticos da “linha branca” (13,7%) e de artigos do mobiliário (18,3%).

 

Ainda no confronto com março de 2011, com recuo próximo ao verificado para o total da indústria (-2,1%) figura o setor produtor de bens intermediários (-2,0%), pressionado em grande parte pelo comportamento negativo vindo dos produtos associados às atividades de metalurgia básica (-6,5%), têxtil (-9,8%), refino de petróleo e produção de álcool (-2,8%), produtos de metal (-11,5%), veículos automotores (-6,8%), borracha e plástico (-3,7%) e celulose, papel e produtos de papel (-2,4%), enquanto as contribuições positivas foram registradas por outros produtos químicos (4,1%), indústrias extrativas (1,7%), minerais não metálicos (3,1%) e alimentos (0,9%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (4,9%), que assinalou a décima primeira taxa positiva consecutiva, e de embalagens (-4,7%), que apontou o segundo recuo seguido nesse tipo de comparação. A produção de bens de consumo semi e não duráveis (0,6%) foi a única que mostrou crescimento em março de 2012, impulsionada pelos avanços dos grupamentos de carburantes (9,2%), por conta do aumento na fabricação de gasolina automotiva, e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (1,7%), explicado, principalmente, pela maior produção de refrigerantes, cervejas, chope e sucos concentrados de frutas. Por outro lado, os subsetores de semiduráveis (-5,2%) e de outros não duráveis (-1,1%) apontaram os impactos negativos nessa categoria de uso, pressionados, sobretudo, pelos itens calçados de material sintético de uso feminino, vestidos e tênis de couro, no primeiro grupo, e de medicamentos, revistas e livros, no segundo.

 

Indústria registrou queda de 3,0% no primeiro trimestre

 

No índice acumulado para os três primeiros meses de 2012, frente a igual período do ano anterior, o recuo foi de 3,0%, explicado principalmente pelos resultados negativos em três das quatro categorias de uso e na maior parte (15) dos vinte e sete ramos investigados. Entre as atividades, a fabricação de veículos automotores, com queda de 20,4%, permaneceu com a maior influência negativa sobre o índice geral, pressionada em grande parte pela redução na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor, com destaque para a menor fabricação de automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias e chassis com motor para ônibus e caminhões. Vale citar, também, as contribuições negativas vindas de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-12,1%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-13,1%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-12,7%), metalurgia básica (-3,7%),borracha e plástico (-5,1%), têxtil (-7,5%) e vestuário e acessórios (-14,1%).

 

Por outro lado, entre os doze ramos que registraram avanço na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com os setores de outros produtos químicos (5,7%), refino de petróleo e produção de álcool (4,3%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos outros (14,7%), outros equipamentos de transporte (5,5%) e alimentos (1,4%), impulsionados principalmente pela maior fabricação de herbicidas para uso na agricultura, no primeiro setor, gasolina automotiva, no segundo, controladores lógicos programáveis, no terceiro, aviões, no quarto, e sucos concentrados de laranja no último.

 

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o primeiro trimestre de 2012 confirmou o menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-11,6%) e bens de capital (-11,4%), pressionados especialmente pela menor produção de automóveis, no primeiro grupamento, e de bens de capital para transportes (caminhões) no segundo. O setor produtor de bens intermediários (-1,3%) apontou recuo menos acentuado que o da média da indústria (-3,0%), enquanto o segmento de bens de consumo semi e não duráveis, com expansão de 0,9%, assinalou o único resultado positivo no índice acumulado dos três primeiros meses do ano.

 

Em bases trimestrais, observa-se aceleração no ritmo de queda da atividade industrial na passagem do último trimestre do ano passado (-2,1%) para o primeiro de 2012 (-3,0%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Nesse mesmo tipo de confronto, quatorze das vinte e sete atividades e três das quatro categorias de uso apontaram menor ritmo entre os dois períodos. Entre as categorias de uso, somente bens de consumo semi e não duráveis, que passou de -1,5% no último trimestre do ano passado para 0,9% nos três primeiros meses de 2012, não mostrou diminuição no ritmo da produção industrial. Nas demais categorias de uso, o segmento produtor de bens de capital (de -1,4% para -11,4%) foi o que apontou a maior desaceleração entre os dois períodos, seguido por bens de consumo duráveis (de -9,5% para -11,6%), que permaneceu na liderança em termos de magnitude de queda nos dois trimestres, e bens intermediários (de -0,8% para -1,3%).

 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

 

Ricardo Bergamini
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