OS ESTILINGUES DOS "GUERRILHEIROS HERÓICOS" DO JABOR
- Sáb, 27 de Agosto de 2011
- Seção:
- Categoria: 1964
Jabor, eu também vi muita gente chorando o suicídio do Getúlio. Vi também a renúncia do Jânio e a posse de Jango. Vi acabar o tempo de JK, dando início a um período de 30 meses de desordem, de anarquia no campo administrativo e financeiro e de estagnação do desenvolvimento econômico.
Realmente alguma coisa suja e negra estava por vir!...
Li que durante o governo João Goulart (1961/1964), Jover Telles, membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, relatava ao mesmo Comitê, as suas atividades em Cuba e terminava o seu relatório solicitando os nomes, a biografia e a ordem de embarque para que jovens brasileiros fossem fazer curso político- militar em Cuba. Li também, Jabor, que nesta mesma época, o líder das Ligas Camponesas, Francisco Julião, estava em Havana, buscando apoio cubano para a luta armada no Brasil. (Folha de São Paulo, 08/04/2001).
Li também que a formação dos quadros do P C do B para a constituição do núcleo guerrilheiro do Araguaia teve origem com o envio à China, em 1964, ainda durante o governo João Goulart, do primeiro grupo de militantes para treinamento na Academia Militar de Pequim.
Jabor, é evidente e bastante claro, portanto, que os seus "guerrilheiros heróicos e loucos" queriam mesmo era implantar, por intermédio da luta armada, o comunismo em nosso país. Dizer que eles lutavam para combater a "ditadura militar" (não havia "ditadura" nessa época), é no mínimo desconhecer nossa história ou até omiti-la, por má-fé.
Eu também vi e ouvi, em 13/03/64, na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, aproximadamente, 800.000 pessoas clamando pela deposição de Jango. Eu não só vi, como li as manchetes dos principais jornais do início de 1964, exigindo a saída de Jango da Presidência da República.
Você não viu, nem leu, mas, para refrescar sua memória, vou transcrever pequenos trechos que a imprensa, entre muitos, publicava naqueles dias:
"Atualmente, no presente governo, que ainda se diz democrata, a ideologia marxista e mesmo a militância comunista indisfarçada constituem recomendação especial aos olhos do governo, como se já estivéssemos em pleno regime "marxista-leninista". (Diário de Notícias, 01/04/64).
"A nação não suporta mais a permanência de João Goulart à frente do governo." (Correio da Manhã, 04/04/64).
"Salvos da comunização que celeremente se preparava , os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo". (O Globo, 02/04/64).
"A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas".(O Dia, 02/04/64).
Eu também vi o retrato do novo Presidente, Marechal Castelo Branco, um militar honesto e inteligente. Vi também, Jabor, no governo militar, o crescimento de nossa rede de estradas e telecomunicações, de nossas indústrias. Vi a construção da ponte Rio-Niterói e de usinas hidrelétricas. Eu também vi e vivi a queda da inflação, do analfabetismo, a criação do Mobral e o Projeto Rondon. Vi a economia crescer, o nosso PIB aumentar e o desemprego minguar.
E vi, já no governo Costa e Silva, em 13/12/68, o anúncio da decretação do AI-5, sendo uma das suas causas a incrementação das atividades terroristas. Realmente, Jabor, a morte, nesta época, espreitava nas esquinas. Vários atos terroristas já haviam sido praticados, como assaltos a bancos, a viaturas militares, com várias mortes. Dentre estes atos, destacam-se:
- Atentado a bomba no aeroporto de Guararapes, com a morte de seu colega jornalista Edson Régis de Carvalho e do almirante Nelson Gomes Fernandes, além de ferimentos em diversas pessoas.
- Atentado a bomba no QG do II Exército provocando a morte do soldado Mário Kozel Filho e ferimentos em vários militares.
- Assassinato do capitão Charles Rodney Chandler, do Exército Americano, em frente a sua mulher e seus filhos pequenos.
- Assassinato do major do Exército Alemão Edward Ernest Tito Oto M. Von Westernhagen, quando voltava para casa, desarmado.
- Assalto com roubo de armas ao Hospital Militar do Cambuci.
- Assalto ao 4º RI, com roubo de 63 FAL, 5 metralhadoras, revólveres e muita munição.
Eu também vi ,usando suas palavras, o rosto "terrível, frio como um vampiro" do presidente Médici, ser aplaudido de pé, no Maracanã lotado!... Aliás, eu vi mais, vi e ouvi ele ser aplaudido em todos os lugares onde ia.
Eu também vi, Jabor, sangue de amigos, gente inocente voando pelos ares, morta pelos "estilingues" de seus "guerrilheiros" nada heróicos, porém muito loucos.
Eu vi e vejo, meninos, que hoje, Jabor deturpa a história a favor de seus "heróis". Ele não viu, não ouviu, nem leu que as técnicas desses "estilingues" (bombas, granadas, metralhadoras, fuzis, etc) na verdade, foram aprendidas em cursos de guerrilha em Cuba e na China. Ele não quis ver, nem ouvir, nem ler o que seus "guerrilheiros heróicos e loucos" aprontaram no Brasil. Infelizmente, houve mortos e feridos de ambos os lados. A reação das Forças Armadas foi em conseqüência da ação sanguinária de seus "heróis".
Meninos, eu vi muito mais que Jabor. Vi a esperança da volta da normalidade democrática demorar, pois era preciso primeiro acabar com o terrorismo. Vi e chorei a morte de Tancredo. Vi a inflação galopante no governo do Sarney, vi o desemprego acabar com a vida do assalariado. Vi e vejo a violência aumentando dia a dia e o povo, desesperado, iniciar novamente as suas marchas, pedindo paz, ordem, segurança, leis mais severas e uma Justiça que as cumpra.
Meninos, eu vi tudo isso e mais. Vi e vejo os "guerrilheiros heróicos e loucos" do Jabor que levaram o Brasil a uma guerra fratricida, hoje no poder, cheios de ódio e revanchismo.
Vi e vejo que muitos jornalistas que assistiram a esse filme esqueceram do enredo ou não o querem lembrar, por conveniência.
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