Revolução Francesa: causas remotas e próximas

Sáb, 27 de Agosto de 2011
Seção:
Categoria: História da Civilização

Ricardo Bergamini

A Revolução Francesa – que abrange um período de 10 anos (1789-1799) – destruiu violentamente o antigo regime na França e, par a par com a Revolução Industrial, forçou as portas de toda a Europa às reformas políticas, sociais e econômicas do século XIX: destruição dos restos de feudalismo, nacionalismo, abolição da monarquia absoluta, democracia, ascensão da classe média (burguesia), liberalismo econômico, melhoria geral do padrão de vida.

Causas remotas

O Renascimento (séculos XV e XVI)

O individualismo e o humanismo do Renascimento enfraqueceram o feudalismo, o coletivismo medieval (corporações) e o ideal de uma comunidade universal (Império Romano, supremacia geral do Papado).

O Renascimento promoveu: a liberdade e o desenvolvimento da arte e da cultura; a liberdade da ciência (novo espírito científico); o aparecimento de um sistema econômico baseado na competição capitalista e na obtenção de lucros (que dá origem ao poderio econômico da classe burguesa); e, em parte, a eclosão da Reforma Protestante.

A Reforma Protestante (século XVI)

Além de simbolizar a liberdade religiosa – iniciou a civilização moderna, acentuando certos traços característicos: individualismo, nacionalismo e capitalismo.

As liberdades inglesas

A Magna Carta (1215); o Parlamento, com representação do povo comum (1265); a Petição dos Direitos (1625); a Revolução Gloriosa (1688-1689): vitória do princípio da soberania do povo, destruição do governo absoluto, instauração definitiva, na Inglaterra, da monarquia constitucional e parlamentar.

A Revolução Gloriosa inspirou as revoluções americana e francesa. Parte considerável da “Declaração dos Direitos” foi incorporada às dez primeiras emendas da Constituição Americana e à “Declaração dos Direitos do Homem” (França, 1789).

Causas próximas

As causas próximas podem ser divididas, para facilidade de estudo, em políticas, sociais, econômicas e intelectuais. A divisão é um tanto arbitrária: não há uma nítida linha de demarcação entre as diversas categorias. Os fatores entrecruzam-se e confundem-se. “As causas intelectuais, por exemplo, e até certo ponto também as políticas, foram, na sua origem, em grande parte econômicas”.

 

 

O autor é Professor de Economia