Depoimentos sobre o movimento cívico - militar de 31 de março de 1964

Sáb, 27 de Agosto de 2011
Seção:
Categoria: 1964

Esta página foi aberta para depoimentos de todos os participantes, civis e militares, do movimento cívico-militar de 31 de março de 1964, com o objetivo do resgate da verdade histórica.

Participem!!!!!!!!

"POVO QUE NÃO RESPEITA SEU PASSADO E SUA HISTÓRIA NÃO É DIGNO DE FUTURO"

"Qualquer semelhança com o maldito momento atual da vida brasileira, não é mera coincidência"

DEPOIMENTO DE IVAN ARANTES JUNQUEIRA DANTAS (ADVOGADO E PROFESSOR DE HISTÓRIA)< Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. >

HOMENAGEM, EM 31 DE MARÇO DE 2001, À "REVOLUÇÃO DE31 DE MARÇO DE 1964".

A data de hoje nos obriga a meditar sobre a grande mentira que envolve a história da humanidade à partir das idéias de Karl Marx e do surgimento do Comunismo e sua expansão pelo mundo. Nasci no ano de 1944 e possuo 56 anos.

Minha vida estende-se do fim da 2ª Grande Guerra Mundial aos dias atuais, passando pelas décadas em que duas grandes partes do hemisfério viveram - até pouco tempo - sob a guerra ideológica. De um lado o socialismo-marxista, de outro os ideais de liberdade do homem com a responsabilidade de construir o futuro graças as forças do livre empreendimento, com total respeito aos bens obtidos por seus semelhantes através de conquistas por seus próprios méritos.

Desde criança aprendi que o amor entre meus pais e eu, filho único, formava uma célula indestrutível, capaz de vencer todas as dificuldades que surgissem na vida. Assim, após se casarem sem quaisquer bens que não fossem os de seus usos pessoais e cotidianos, construíram por força de suas inteligências, espírito de luta, amor ao próximo e respeito aos bens alheios, um razoável patrimônio, do qual hoje usufruo com minha família.

Tenho grande orgulho e reverencio todos os dias as suas memórias.

Entretanto, quem ofereceu a minha família as oportunidades de crescer e tornar-se forte o suficiente para recolher impostos, fazer amigos e contribuir para o progresso foi a nossa Pátria, o nosso amado Brasil.

Muitas coisas que vi não entendi, como não consigo entender muito do que hoje assisto.

Vi milhares de vezes, queimarem bandeiras norte-americanas e agitarem as bandeiras brasileiras ao lado de bandeiras da União Soviética.

Vi após a revolução de 31 de março de 1964 até por volta do ano de 1974, dezenas de atos terroristas, como explosões regulares e constantes de bombas nas portas do jornal "O Estado de São Paulo", do Consulado dos Estados Unidos, de bancos, em monumentos públicos e quartéis de nossas Forças Armadas.

Aprendi nos bancos escolares que na época do colonialismo vários países do mundo sugaram as riquezas de países colonizados. Os Estados Unidos e o Brasil eram colonizados, não eram colonizadores.

Entretanto, nunca vi bombas terroristas explodirem nas portas dos maiores países colonizadores do mundo, obviamente, o que nunca desejaria.

O jornal "O Estado de São Paulo" nunca foi tendencioso. Sempre foi um orgulho, um patrimônio da instituição privada nacional, mas que teve para os olhos doentios da ideologia marxista o grave defeito de ser limpo, honesto e imparcial. Com efeito a família Mesquita, da qual devemos ter orgulho reverenciador, possuía ideal de liberdade com o respectivo entendimento de que seus leitores seriam sempre privilegiados com o direito de tomarem conhecimento, livremente, de qualquer notícia, sendo que as análises editoriais bravamente se antepunham a induções totalitárias de cerceamento a liberdade ou de escravização de mentes.

As bombas que detonaram em portas ou próximas à unidades de nossas Forças Armadas eram artefatos fabricados por concidadãos, por brasileiros, atirados contra nossa própria Pátria.

Hoje, a data me permite refletir sobre todos esses assuntos, e em fantástica coincidência, constatar que após o "31 de março" em nosso País, vem o "dia da mentira": o primeiro de abril".

Assim constato que a história para muitos milhões de habitantes deste planeta foi consumida pelo vírus da mentira e da falsificação dos fatos.

Ontem assisti nos jornais das televisões o Presidente do Brasil Senhor Fernando Henrique Cardoso em conferência com o Presidente dos Estados Unidos Senhor George Bush, e senti um frio no estômago. Se não tivesse ocorrido a derrocada do leste Europeu, o fim da Rússia e seus satélites comunistas, estaria o nosso Presidente regozijando-se à mesa de Putin, não o esgarçado pelo terrorismo checheno, mas o festejado mandatário do grande País vencedor ? Inevitavelmente seria assim, e sinto nojo da hipocrisia.

Conheci Otávio Moreira Júnior, assassinado pelas costas por um tiro de arma calibre "45", acionada por um terrorista nas calçadas de Copacabana. Otávio não deve ter sentido a morte, vinda a traição, sem chance de defesa. Quem o matou não sei, mas o nome do assassino pode perfeitamente estar entre centenas de outros, hoje impressos em centenas de livros lançados para contar a história do que chamam "o período da ditadura militar de 1964".

É assim que terroristas sentem-se orgulhosos, heróis, por terem assassinado e machucado dezenas de pessoas na defesa de um ideal cujo fim, pela própria essência, era internacionalista, obviamente, não o da atual globalização, mas, sim, da comunização.

Como se não bastasse, já há várias gerações, estes mesmos remanescentes da horrível estirpe, entorpecem mentes, cerceiam o livre conhecimento e a livre crítica daquele período, aos nossos jovens, estudantes ou não.

Enquanto os anos se passavam, atravessando a infância, a adolescência e a juventude, não consegui compreender porque tanto sangue norte-americano jorrou nas guerras da Coréia, Vietnã e em milhares de atentados terroristas em todos os pontos do mundo na luta em uma guerra que não deveria ser somente deles, pois a todos se vitoriosos, estariam abertos os horizontes da liberdade.

Da mesma forma, não consigo compreender porque não se reconhece o sacrifício de nossos compatriotas, mortos na "intentona comunista de 1935", na "revolução de 1964" e em dezenas de outros atos e atentados, sem que hoje se consigne um segundo sequer, para agradecê-los e pedir a Deus Nosso Senhor que guarde suas almas na eternidade, pelo bem que a nós prestaram. Somos livres e nossas gerações futuras assim o serão se souberem lutar pelas suas liberdades, como lutaram os que hoje homenageamos.

Hoje, é um dia de reflexão para mim, posto que todos nós, ao utilizarmos a capacidade analítica e de discernimento proporcionados aos mortais pelo Divino Criador, dotando-nos de inteligência, podemos claramente verificar que não faz sentido a maravilhosa cruzada que se faz para circunscrever e fazer recuar a pobreza como manifestação maior de injustiça social; destruir as doenças e gerar a longevidade com saúde através das biociências, o descanso merecido da sociedade em seu cotidiano de lutas proporcionado pelo conforto das inovações tecnológicas, enfim, como agradecer e valorar tudo isso se grande parte das pessoas não entendem que a vitória da liberdade dos indivíduos em criar e crescer, em serem magnânimos, em possuírem e verem respeitados os bens materiais e intelectuais que forjaram, formam os pontos artífices de todo esse sucesso.

Neste momento, ainda sem conseguir encontrar razões para ódios e agressões que polvilham nossa sociedade, herdadas de uma ideologia marxista que criou o ódio de classes, fazendo-o escorrer em condutos transmissores de rancor e discórdia obstrutores ao progresso e engrandecimento do homem, presto minha homenagem aos meus irmãos de fé e ideais que não morreram em vão, na luta que marcou o último século, contra o comunismo.

Na memória dos Generais Castelo Branco, Costa e Silva, Médice, Geisel e Figueiredo, dos líderes civis na política ou na sociedade brasileira, ao soldado e ao homem simples como eu, aos quais devemos perdoar todo e qualquer erro, iguais aos que cometemos em nosso cotidiano face a insignificância humana, com profunda emoção agradeço o que representa a data de "31 de Março de 1964" que a mim e aos que como eu pensam, proporcionou o conforto do sentimento de permanecermos ao lado dos vencedores e dos justos. Que venham também para esse lado, os arrependidos, se houver algum, que por força de um acidente qualquer escapou de estar hoje no Poder, pela persuasão de que é herói dessa falsa ilusão chamada História.