"Operação Urubu"

Sáb, 27 de Agosto de 2011
Seção:
Categoria: 1964

" A democracia não é mais do que uma tática, descartável como todas as táticas". (Lenin)


*Aimar Baptista da Silva



A "Operação Condor", segundo as revistas "VEJA", "ISTO É" e "Época", foi organizada, de comum acordo, pelas "ditaduras militares" que governavam os países do Cone Sul, para coordenar a repressão contra os seus opositores. A realidade que tais revistas, e outras publicações, deixam de lado é que tal operação foi montada pelos militares, mas não só por eles, para coordenar o combate à subversão político-ideológica que ameaçava aqueles países. O objetivo dos subversivos, romanticamente chamados de opositores dos regimes (ou ditaduras) militares, era dominar as nações latino-americanas, transformando-as numa confederação de ... repúblicas socialistas soviéticas, ou seja, em ditaduras comunistas, à qual dei o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas da América Latina (URSSAL). Graças a Deus não deu certo! Mas os "bolcheniquins" (bolchevistas tupiniquins) e seus cupinchas de outras plagas não deixaram por menos: partiram para o revanchismo descarado e safado, plantando no âmbito da opinião pública meias verdades, cuja principal finalidade é desmoralizar as Forças Armadas brasileiras e, de cambulhada, as nossas Polícias, classificadas como ... "forças de repressão". Entre inúmeras ações deletérias, a mídia comprada e/ou comprometida enfatizou a descoberta, no Paraguai, de entre 2 a 4 toneladas (os números são desencontrados mas é papel para ninguém botar defeito!) de documentos comprometedores (?) que podem esclarecer "muitas mortes e desaparecimentos de opositores daqueles regimes, aí incluídas expressivas lideranças políticas da América Latina".

 

 

Noticiou-se até que uma comissão da UNESCO, chefiada pelo sociólogo e "camarada" (por sinal mui amigo do "príncipe"!) Alain Touraine, fora ao Paraguai analisar dita documentação. Não duvido de que tal comissão possa transformar tal papelório em ... patrimônio da humanidade! Por outro lado, a TV Câmara (premeditada coincidência?) tem mostrado a atuação de uma Comissão de Direitos Humanos, chefiada pelo deputado Marcos Rolim, do PT (Ahhh!), escarafunchando arquivos militares e civis com a finalidade, desculpam-se os comissionados, de descobrir indícios dos locais onde estariam enterrados os despojos de possíveis vítimas da "repressão militar", para que suas famílias lhes possam dar enterro e túmulo cristãos (Apesar das inúmeras indicações, o argentino contratado para encontrá-los ainda não deu uma dentro. Como já era de se esperar!). Essa atitude, no caso de bolchevistas empedernidos e fanáticos, e portanto ateus, soa-me além de estranha, falsa. Ademais, como é recheada por esquerdistas e membros de grupelhos revanchistas como o "tortura nunca mais" (Hummm !), dita Comissão padece de falta absoluta de isenção de ânimo. Trata-se, portanto, de mais um caso de revanchismo agudo, mesmo porque uma das revistas, talvez num ato falho, fez a seguinte ressalva : "Em 1975, quando a Operação Condor foi oficializada em Santiago, o Brasil já trilhava o caminho da distensão política iniciada pelo governo Geisel".

 

Daí que não dá para aceitar a celeuma que tanto a Comissão, quanto a mídia comprada e/ou comprometida, (e portanto amordaçada!) vêm fazendo sobre o assunto. Mais que se mostrarem escandalizadas, parecem querer escandalizar a teleguiada opinião pública nativa, com as ligações estabelecidas entre aqueles ... "governos autoritários" que, de uma forma ou de outra, asseguravam a estabilidade de seus países. Nada mais comum, normal, justo e necessário para Estados cuja segurança esteja ameaçada pelos mesmos inimigos e tipos de ação subversiva, que a troca de mensagens, informações, pedidos de busca, solicitações de prisão e repatriamento. A presença e ação de subversivos estrangeiros em outros países do Cone Sul, que não o seu, além de provar o caráter internacionalista da subversão, é inaceitável, não tem a menor justificativa, pois estrangeiro nenhum tem o direito de meter o bedelho em assuntos internos de outros países aonde não foi chamado.

 

Outro tema que também vem sendo focalizado, com insistência, é a revogação da Lei de Segurança Nacional. Pelo menos dois parlamentares esquerdistas já apresentaram projetos de lei a tais respeitos, em vias de serem votados na Câmara. E o governo (?) efeagaciano nomeou uma comissão de "notáveis" para apresentar um projeto que, revogando a LSN, cria a "Lei de Defesa do Estado Democrático e de Direito". Fazem parte dessa comissão os ministros José Gregori (Não resisto! Governos estigmatizados sempre tiveram o seu "rasputin": o czar russo teve Gregory Efimovitch; morreu fuzilado. Getúlio Vargas teve Gregório Fortunato; matou-se com um tiro. FHC tem o dito José; se a moda pega ... !) e Aloysio Nunes Ferreira (ilustre terrorista, "pombo correio" da Ação Libertadora Nacional/ALN em Paris). A meu ver, a única finalidade desses projetos é, revogado aquele "entulho autoritário", extinguir, em definitivo, a figura do ... inimigo interno, ou seja, a do traidor de sua Pátria e de seu povo. Os "camaradas" botocudos terão, assim, plena liberdade de conspirar contra o País e suas Instituições sem que isto chegue a configurar crime ou, pelo menos, contravenção. Matar-se-á dois coelhos com meia paulada, pois, extinto o inimigo interno, isto é, o objeto de caça (ou de cassação!), extinguir-se-ia, também, a odiada (pelos "bolcheniquins" et caterva!) figura do caçador (ou cassador!), ou seja, do ... "agente da repressão".

Mas existe um terceiro aspecto do qual muito se tem falado e pouca conta se tem dado. Trata-se da ... internacionalização da Justiça, de uns tempos para cá sugerida com crescente e suspeita insistência pelos países centrais, pretensos "donos do mundo". Argumentam ser essa a única maneira de se evitar a proliferação de regimes discricionários pela face da terra, desde então metamorfoseada em éden da... democracia, no qual "ditadores" e/ou governantes atrabiliários (ou indesejados por "eles" ?), mesmo escapando do julgamento e sanção internos, dificilmente escapariam do castigo (?) internacional. Só não explicam algumas dúvidas que os "periféricos" deveriam ter: Que tipo de "democracia" é este? Quem o instituiu? Por quê e para quê foi ele instituído? Houve consenso geral na sua instituição? Quais as suas reais finalidades? A referida internacionalização, conforme os princípios da "igualdade entre as nações" e da "igualdade perante a lei", é valida para todos os países ou alguns deles serão, como sempre foram, mais iguais que os outros? As respostas, se fossem dadas ou inferidas, seriam decepcionantes. Até mesmo para o juiz espanhol Baltazar Garzón e outros "camaradas" juizes estrangeiros! Pior ainda, angustiantes, pois, na verdade, sob os pretextos de defender a "democracia" e/ou caçar eventuais "bruxas", a finalidade é interferir indevidamente em assuntos internos dos países "excluídos", pulverizando sua autodeterminação e extinguindo-os como Estados nacionais soberanos.

 

Outro aspecto diz respeito à manipulação da opinião pública nativa em termos de memória nacional. Pretende-se "resgatar" (palavrinha nojenta!) a nossa História recente, isto é, reescrevê-la de modo diferente e parcialíssimo, como sói ser toda e qualquer versão bolchevista. Por tal motivo, a mídia amordaçada não tem medido esforços para inculcar nas cabeças das pessoas, em especial das mais jovens, a idéia de que a nossa História tem sido uma sucessão de golpes militares que só prejudicaram o País. Dentre esses golpes dá-se inusitado destaque à Revolução de 31 de Março de 1964 e, na sua seqüência, ao Ato Institucional no 5 (AI/5), acusados de lançar o Brasil num período de total obscuridade. Época em que se impediu, por exemplo, o livre desenvolvimento da cultura (!) e o surgimento de novas lideranças (!). Fase em que "milhares de pessoas foram perseguidas, presas, torturadas, e umas três centenas, se tanto, assassinadas pelo simples crime de pensar diferente da esmagadora maioria do povo brasileiro e, em razão disto (aí é o exato momento em que a porca torce o rabo !), pretenderem estabelecer no Brasil uma ... "nova ordem social" mais justa (!?) e igualitária (?!)". Nada mais nada menos que uma ditadura comunista ! Daí a febril atividade visando ao "resgate" da nossa História recente.

 

Segundo uma das revistas, pretende-se "revirar um passado ainda incômodo no universo das casernas". Ora, os comunistas sempre projetam suas intenções e frustrações em cima de outrém; se houve "passado incômodo" certamente foi para eles, subversivos, não para as casernas. Estas defendiam a Pátria, o que, certamente, não é incômodo nenhum, pelo contrário, é uma honra que não se dá a qualquer um! Mas é aí que entra, como "bode expiatório", a "Operação Condor". Os "bolcheniquins" procuram passar a idéia de que é abominável o ato de governos se unirem e trocarem informações, e mesmo prisioneiros, para evitar o crescimento da subversão que ameaçava a estabilidade dos seus Estados. Falam de opositores a esses governos ou "ditaduras", sem explicar, entretanto, que esses opositores estavam a soldo do movimento comunista internacional. Não tinham, portanto, nem idéias, nem vontade, nem decisão próprias; executavam, com a costumeira subserviência, todas as ordens vindas lá de fora. O que, é óbvio, vai muito além de um simples incômodo: é crime mais que hediondo, abominável, imperdoável!

No bojo dessas falsidades criaram-se hipóteses mirabolantes, destituídas de qualquer fundamento mais sério, como, por exemplo, aquelas em que as mortes de Jango, Lacerda e Juscelino, talvez pela coincidência de terem sido os líderes da "frente ampla", resultaram de atentados promovidos pela "ditadura". E, à falta do que fazer, nomeiam-se ... "comissões" parlamentares, não propriamente para investigar tais fatos mas para tentar comprovar, a qualquer custo, ditos "atentados". Se não, vejamos: a revista "Isto É" (31/05/2000) refere-se a declaração de um brigadeiro, confirmada por um almirante, mencionando um relatório do SNI, de 1984 (posterior aos fatos), "no qual Tancredo Neves (de cuja morte, aliás, já estão suspeitando) aparecia como um perigo menor em relação ao que teria representado JK, que tornaria inevitável o temido retorno ao passado". A verdade, revelada por Lacerda em "Depoimentos", é que a "frente ampla" mantivera contatos com o PCB, e que os três (Lacerda, Jango e Juscelino) admitiam a legalização do PCB, pois "um Partido Comunista legalizado, enquanto estiver dentro da lei (!), fazendo a sua propaganda, faz menos mal do que diluído por aí e incapaz de ser identificado". Prestes confirma: "Em 52, perdemos muitos dos nossos sargentos com a repressão que Getúlio impôs e nos desligamos deles. Mais tarde, esses mesmos homens se ligariam a Brizola. Mas, com JK, o trabalho do partido se tornou mais fácil." O que não fazem certos políticos pelo poder e certos jornalistas por um furo, ainda que furado! Pura perda de tempo, pois as investigações comprovaram o óbvio: não houve, em nenhum dos casos, atentado contra a vida dos "de cujus". Mas, como pretendia a canalhada que levantou tais hipóteses, algo de deletério permaneceu no seio da opinião pública, uma mancha, uma suspeita, pois os detratores não tiveram a hombridade (e pode-se esperá-las de traidores?) de desfazer a calúnia mediante a mais completa retratação.

 

Ensaísta de uma dessas revistas (inimigo da "ditadura" e que não morre de amores pelos militares brasileiros), comentando declarações de um político estadunidense, referiu-se a elas como "um motivo de angustia e perplexidade". E o fez por haver constatado a distância e as contradições existentes - e vou deixar de lado o fundamentalismo religioso - entre as promessas feitas por "ideólogos libertários" e os resultados de suas ações quando, ocupando o poder, pretendem instaurar uma ... "nova ordem social" mais justa e igualitária. Sintetizou, com maestria, tais resultados em três significativas palavras: pobreza, atraso e tirania. Citou alguns exemplos também significativos de países onde isso ocorre (u): Coréia do Norte, Vietnã, Camboja, ... e Cuba. Poderia ter citado outros mais: URSS, China, Iugoslávia, ... e Albânia. Preocupou-se, também, na atualidade, com a "chispa de Pol Pot que divisou nos olhos dos dirigentes do MST e com o ar de aitolá dos padres católicos que dão impulso ao movimento" (são os tais padres, bispos e freiras de passeatas, adeptos da ... teologia da libertação).

Estranho foi não ter ele reconhecido que a maior parte dessas "ditaduras" surgiu como "ultima ratio regum", em momentos de grande desespero, quando o caos dominava seus países e esses "ideólogos libertários" estavam prestes a assumir o poder ou já o haviam assumido. Como reconheceu outro articulista de "VEJA" (28/10/98) : "Quando o general Pinochet botou a tropa na rua em setembro de 1973 para derrubar o presidente Salvador Allende, o Chile parecia estar na iminência de se tornar uma nova Cuba". Eleito nas urnas, Allende rendeu-se aos radicais que o apoiavam. Em dois anos arruinou a mais estável democracia da América Latina. Militarizou órgãos civis do governo, confiscou propriedades, desvalorizou a moeda, criou uma inflação de 1000%, deixou que bandos armados invadissem casas e fábricas desapropriando-as em nome da revolução marxista". E conclui: "O que era nos anos 70 um país destruído pela economia centralizada, bem ao estilo cubano de produzir miséria (o grifo é meu), transformou-se pelas mãos de Pinochet num modelo de prosperidade na América Latina que seria copiado mais tarde". É por isto que Pinochet está sendo castigado pelos "donos do mundo", não por ter sido um ... ditador.

 

Os motivos que no Brasil, dez anos antes, levaram ao 31 de Março de 1964, foram semelhantes: um presidente rendido aos radicais comunistas que o cercavam e que, através das "reformas de base", ia levando à mudança do regime então vigente para uma ... "república anarco-sindicalista", passo inicial para a completa ascensão do bolchevismo em nossa Pátria. Repito um cronista vermelho : "No dia 24 de março (de 1964), ..., o Comando Nacional dos Grupos dos Onze, reunido sob a presidência de Brizola, com a presença de líderes dos sargentos e marinheiros nacionalistas, avaliou as possibilidades de enfrentamento de um golpe e considerou que tinha maior probabilidade o golpe vindo da parte de Jango do que da parte da direita. No caso da iniciativa janguista, decidiu-se que as forças de esquerda deveriam aproveitá-la para transformar o golpe em começo da revolução (socialista!)". Ora, isto comprova de modo cabal o aspecto contra-revolucionário do movimento de 31 de Março de 1964. Pois é! Mas "em face dos últimos acontecimentos" eu diria que "os caras errados ganharam" ! E quando falo de "caras errados" não estou falando do Brasil, do povo brasileiro, dos militares e de sua ... "ditadura", estes sim, os maiores perdedores de toda essa história.

 

Os jornalistas, políticos, intelectuais, estudantes e proletários, sejam militantes ou cooptados, e mesmo os que não o forem, raramente falam, ou sabem, das estreitas e intensas ligações entre os bolchevistas nativos e os ditos alienígenas. Para eles, qualquer referência a tais relações é tabu. Como meu compromisso é com a Nação brasileira vou transcrever algumas de milhares de declarações que confirmam essas relações ... perigosas :

 

Luiz Carlos Prestes (ex-secretário geral do PC ): "Eu perdi o cargo, mas continuo sendo muito bem recebido pelos soviéticos. Além de ser uma figura internacional, eu tenho dado provas de fidelidade à causa comunista, e os soviéticos não se esquecem disso. Eu dediquei minha vida ao comunismo."

 

Pedro Pomar (um dos organizadores das "Forças Guerrilheiras do Araguaia/FORGA, Jul 1976): "Não por acaso a bandeira da insurreição popular de 1935 serve atualmente de parâmetro para a atividade dos comunistas. É essa bandeira que hoje devemos reerguer com maior força e audácia, se quisermos libertar definitivamente o povo brasileiro e nos tornar (sic) os verdadeiros dirigentes da revolução no País."

Luiz Mir (em Revolução Impossível): "Em 54, o PCB realiza clandestinamente o IV Congresso de sua história em São Paulo. É decidida a criação do Exército de Libertação Nacional para o assalto violento ao poder. São selecionados alguns militantes para serem enviados à União Soviética onde fariam o curso de oficial do Exército Vermelho."

 

(Luiz Mir, idem): " O líder das Ligas Camponesas (Francisco Julião, em visita à China, Jan/61) tem um encontro reservado com dirigentes chineses, que lhe fazem uma proposta tentadora: treinamento militar na Academia Militar de Pequim para militantes camponeses."

 

"Isto É" (26 Fev97): Com o golpe de 1964, Darcy (Ribeiro/ex-chefe da Casa Civil de João Goulart) exilou-se no Uruguai. Depois, foi para o Chile, onde assessorou o então presidente Salvador Allende na área da educação".

 

Salomão Malina (ex-secretário geral do PCB):"O atrelamento do movimento revolucionário brasileiro (???) à política de Moscou, antes e depois de 64, fez com que perdêssemos a visão nacional do processo".

 

(Luiz Mir, idem, citando a comemoração, em Cuba, da tomada do quartel de Moncada): "Estavam misturados entre os 85 integrantes da delegação (brasileira?) treze militantes das Ligas Camponesas que receberiam adestramento militar em Cuba. ... Historicamente, esse grupo de treze brasileiros (todos comunistas) são os pioneiros da relação político-militar entre a revolução cubana e a esquerda brasileira."

 

Luiz Mir (idem); "A atuação cubana em relação ao Brasil em termos militares - treinamento de brasileiros e concepção de luta guerrilheira - tiveram dois momentos distintos: na primeira fase a coordenação de Fidel e Che na ajuda e treinamento dos militantes das Ligas Camponesas com apoio direto e discreto da China. A partir do golpe militar e com a destruição dos planos de Julião e Brizola. Fidel tomaria as redes desse processo e se tornaria, especialmente em relação ao Brasil, seu primeiro formulador."

 

"O Globo" (27 Nov 94). Sobre a AP (Ação Popular): "Em 1965, uma resolução da organização respaldava a tese da luta armada, com base no modelo cubano do ‘foquismo’ ... A tese acabou não evoluindo e, em 66, a AP lançou o Movimento Contra a Ditadura (MCD). Nessa época, ganharam força também as teses maoistas. Militantes mais radicais, como Aldo Arantes, viajaram à China e voltaram com idéias de deflagração da guerra popular prolongada, segundo o modelo chinês".

Luiz Mir (idem) : "O movimento revolucionário (comunista, é óbvio !) brasileiro de 67, reerguido por Fidel Castro, Manuel Piñeiro Losada, Ernesto Che Guevara e Carlos Marighella- luta anti-imperialista como base central de todo um processo revolucionário - ignorava a realidade brasileira".

 

Gorender (em Combate nas Trevas): " O MNR pareceu aos cubanos a organização em que deviam apostar, Haviam incentivado e apoiado Julião no plano de instalação de um foco guerrilheiro no Brasil, que sequer chegou a tomar forma. ... O fracasso das tentativas de Caparaó decepcionou os cubanos e pôs fim às relações com Brizola. Em julho de 1967, Marighella chegava a Havana e as esperanças cubanas de êxito da guerrilha no Brasil se transferiram para a ALN."

 

Em seu livro "Memórias do Esquecimento", publicado pela Editora GLOBO, o camarada Flávio Tavares faz um relato a respeito do sumiço de uma mala de fundo falso em que ele escondia os dólares enviados de Cuba para financiar a aventura brizolista que tentou organizar uma guerrilha no interior do país.

 

Gorender (idem): "Em junho de 1967 (discrepância de datas?), Marighella viajou para Cuba e regressou ao Brasil em dezembro. Durante a permanência na Ilha (sic), seu pensamento sofreu acentuada flexão, para a qual já estava propenso e que, sem dúvida, não se verificaria tão depressa sem o influxo direto das teses cubanas. Em conseqüência, ajustou-se acordo prático entre a liderança cubana e o fundador da ALN. Ainda em 1967, viajou para Cuba a primeira turma de adeptos da facção marighellista que ali fez treinamento de luta guerrilheira."

 

"Cadernos do Terceiro Mundo" (Set/Out 97) - Armando Hart Dávalos, membro do Comitê Central do PC cubano, sobre a morte de Che Guevara na Bolívia : " Emociona relembrar que o senador e depois presidente Salvador Allende deslocou-se de Santiago até a fronteira com a Bolívia, para recolher os últimos combatentes internacionalistas que tiveram que sair deste país após a tragédia".

 

Gorender (idem): "No final de 1968, Mário Alves, no cargo de secretário-geral do PCBR, viajou para Cuba. Obteve dos dirigentes cubanos o reconhecimento do partido e o treinamento guerrilheiro de seus militantes, mas estes precisariam ser encaminhados por intermédio da ALN. Ficou claro que a liderança cubana considerava a ALN como organização preferencial no Brasil".

 

Luiz Mir (idem), sobre o seqüestro de um avião da VARIG desviado para Cuba: "... as armas e a bomba para a ação já estavam disponíveis cedidas pelos montoneros (terroristas argentinos)

 

Luiz Mir (idem) : "Em Havana, os dirigentes cubanos enfatizam com os representantes chineses que a cooperação entre a ALN e o PC do B era a saída para o impasse existente no processo revolucionário brasileiro. A base material desse acordo seria a transferência para o Araguaia das armas enterradas na fazenda em Cristalina (GO) - o carregamento para o Che na Bolívia que não chegou a ser utilizado nem por ele nem pela ALN". E mais adiante: "Dizimadas as duas últimas tentativas de guerrilha rural : o Molipo em Goiás e o PC do B no Araguaia, o Molipo transferiu alguns quadros para Goiás onde se começaria pelo mais importante: recuperar o carregamento de armas enterrado em Cristalina".

 

Luiz Mir (idem): "A chegada dos setenta libertados (brasileiros) a Santiago do Chile, em 13 de janeiro de 70, foi um presente de grego para Allende. O presidente chileno inconformado de que a ditadura brasileira, envolvida operacional e politicamente em sua derrubada, utilizasse o abrigo dado como conivência sua com a esquerda armada brasileira. Era por gestão de Fidel que acolhia os liberados. Seriam deslocados, em pequenos grupos, para Cuba, onde se adestrariam para retornar ao Brasil e ao combate". "Época" (8 Fev 99) : " Arraes viajara (1972) com o nome falso de Roberto Meritone (outro codinome do ... "caboclão"?) para um encontro reservado com Allende. A conversa foi pautada pelo realismo de Allende sobre o Brasil : "Terá ditadura por muito tempo, apoiada pelos americanos, por razões de estratégia mundial’... Partilharam angústias. Para Arraes, o terrorismo fracassara e só restava tentar mobilizar o país, a partir do exterior, numa aliança com Brizola. Allende entendeu, convidando-os a morar no Chile".

 

Luiz Mir (sobre a militante Darcy Toshiko Miayazaka): "Concluído o treinamento militar em Cuba, foi enviada para a Coréia do Norte para discutir cooperação política e militar entre a ALN e o governo coreano".

 

Luiz Mir (idem): "O PCB recebera de Moscou uma substancial ajuda em dinheiro para sua reorganização e recomposição da estrutura clandestina (cerca de 240 mil dólares)".

 

Luiz Mir (idem):"Os agentes norte-americanos instalados no Brasil seguiram preferencialmente as atividades do PCB, este sim a grande ameaça, orientado que era por Moscou. A esquerda armada, estimulada por Cuba, era uma das ramificações de Moscou".

Luiz Mir (idem): "O último embate (entre Arraes e Brizola) se daria na reunião da Internacional Socialista em Viena, em 79, onde a presença de dois políticos brasileiros reivindicando o papel de porta-voz da oposição brasileira cria um impasse. A direção da Internacional inclina-se, por unanimidade e influenciada por Mário Soares, por Brizola. Sentados, na platéia, derrotados, Fernando Gasparian, Fernando Henrique Cardoso e Miguel Arraes assistem ao vitorioso discursando na condição de líder brasileiro da social-democracia e representante oficial da organização no Brasil".

 

Transcrição de entrevista de Lula ao "Granma" (órgão oficial do partido comunista cubano) em 12 de janeiro de 1989) : "Cuba se converteu num exemplo para a América Latina e o Terceiro Mundo, pela solidez da sociedade que constrói, pelo nível de vida e dignidade que seu povo alcançou ... esclareceu que começou por Cuba a visita que realiza a várias nações latino-americanas, entre as quais a Nicarágua, a Argentina e o Peru, pelos excelentes laços de amizade existentes entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista Cubano face à coincidência dos pontos de vista que sustentam".

 

"O Globo" (27 Nov 94): "O PC do B tem se notabilizado pela sua capacidade de escolher parceiros para coligações. Em 1986, os comunistas do partido, ainda fiéis ao ensinamento do albanês Enver Hodja ...".

 

"VEJA" (6 Ago 97) : "Em suas seis primeiras edições, o Foro de São Paulo, que congrega forças de esquerda da América Latina e Caribe e tem o PT entre seus principais organizadores, foi um encontro entre iguais. O sétimo, realizado em Porto Alegre na semana passada, ao contrário, foi uma festa em torno de uma grande estrela: Cuauhtémoc Cárdenas, prefeito eleito da Cidade do México e protótipo do esquerdista que deu certo". Entre as forças (atente-se bem para o termo: "forças") de esquerda congregadas citamos: PT (Brasil); PRD (México); PCC (Cuba); FSLN (Nicarágua); M 19 e CNG (Colômbia); URNG (Guatemala); Isquierda Unida (Peru); Partido Socialista do Chile; Movimento Bolívia Livre; Frente Ampla do Uruguai; Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional da Nicarágua; ... ; Movimento Todos Pela Pátria, da Argentina).

 

22 Jan 98 - No artigo "Contra a Alienação Ideológica (II)" transcrevi declarações de vários chefetes de partidos, organizações e entidades de esquerda, todos manifestando a intenção de instaurar no Brasil um regime socialista (ou comunista, que tudo é farinha do mesmo saco ! Exemplo ? Partido Comunista do Brasil, que a vinheta "televisiva" diz ser o partido do socialismo !). Reeditarei mais tarde este artigo.

 

"Catolicismo" (Set 1999) e outros: "Um ‘ Curso de capacitação de militâncias do Cone Sul’ foi realizado de 19 de abril a 8 de maio, em Sidrolândia (MS), contando com a presença de brasileiros, argentinos, chilenos, paraguaios e bolivianos. Promovido pelo MST juntamente com uma tal de Coordenadoria Latino-Americana de Organizações do Campo (CLAOC) ..... Ali estavam reunidas as várias siglas da esquerda: CUT, CONTAG, PT, CPT e algumas ONGs internacionais. ... A cantilena é a mesma de sempre: Os caminhos a trilhar para ‘a libertação do proletariado são a Reforma Agrária e o socialismo’.

 

"Época" (26 Jul 99): "Em maio deste ano, num curso realizado em Mato Grosso do Sul, o MST e a Coordenadoria Latino-americana de Organizações do Campo ensinaram 93 militantes a acelerar a luta de classes e derrubar o que qualificam de ‘democracia capitalista e neoliberalismo’.

 

Comentário de TV (12 Jul 99): "O MST é um partido político, na clandestinidade, que deseja tomar o poder e implantar o comunismo no Brasil ". Daí que não dá para entender porque, embora tendo pleno conhecimento disso, o governo (?) FHC contínua através do Ministério da Reforma Agrária, do "camarada" Jungmann, financiando tal movimento, financiamento que é desviado dos objetivos de assentamento (será que para comprar armas ?).

Ditas ligações, como se vê, constituem, ao longo do tempo e do espaço, até hoje, uma vasta e insidiosa operação marxista-leninista, a que chamo de ... "Operação URUBU" cuja finalidade é, com a direção e apoio de inúmeras nações estrangeiras, e a cobertura da mídia comprada e/ou comprometida, "desorganizar e desintegrar a estrutura sócio-econômica do Brasil, mediante o enfraquecimento das potencialidades nacionais, o desprestigiamento de suas Instituições, a desmoralização da Autoridade, o menosprezo à Lei, o desrespeito à Propriedade, o aniquilamento das classes produtoras. Quebrada a Ordem vigente, os bolchevistas botocudos incitarão as massas à indisciplina e à rebelião, utilizando-as para, através da guerra popular(?) revolucionária e da violência generalizada, tomar o poder e implantar a sociedade comunista". Para isto, entretanto, é necessário conseguir o apoio amplo, geral e irrestrito das massas ignaras, necessárias à realização da ignominiosa manobra. Conquistado o poder no Brasil, peça do mais alto valor estratégico no jogo do comunismo internacional, que pretende renascer, com pompa e circunstância, na América Latina, os "camaradas" de todo o continente teriam mais facilidade para também conquistá-lo nos outros países latino-americanos. Tal é o principal objetivo da ... "Operação URUBU". Fácil de conquistar, afinal, pois, na América Latina, em especial no Cone Sul, pontificam, em expressiva e perigosa maioria, governos de esquerda que, com toda certeza, inclinam-se pela "Operação URUBU" e, por isso mesmo, estão levando seus países à bancarrota, à desintegração, à extinção como Estados nacionais soberanos. Contra tudo isto é que foi organizada, preventivamente, a "Operação Condor", que os "comunas" continentais tanto abominam.

 

Certa vez, referindo-se ao governo Jango, o "camarada" Moniz de Aragão afirmou, peremptoriamente, que era um regime democrático. Nos tempos atuais a "situação" diz o mesmo do governo efeagaciano, embora a oposição (patriotas brasileiros) e a "oposição"(bolcheniquins", estes em jogada de pretenso mestre) afirmem que não. Daí porque, quando me falam de " Brasil", tenho vontade de perguntar: "Mas que Brasil ?" Porque, na realidade, o Brasil dos patriotas está se tornando, por omissão e/ou indecisão e/ou covardia nossa, uma ficção jurídica. Para comunista bagunçar, inglês ver e americano tomar (Alcântaraaa ! Amazôniaaa !). No mais vai ficando cada vez mais perto da condição de república democrática popular, de república socialista soviética em consolidação a partir dos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Acre, além de algumas cidades importantes. A maioria apática escolheu mal e começa a pagar por sua infeliz escolha. Pior é que para a próxima eleição presidencial as opções são sinistras: elas se dividem entre "comunas de carteirinha" e "comunas enrustidos". Já estamos sofrendo os primeiros resultados dessa maldita "Operação URUBU", por enquanto cobertos pela ênfase contra a finada "Operação Condor", ou, num contexto mais amplo, contra a (abre aspas) ditadura militar (fecha aspas).

 

Estão tentando levantar um muro de ... capim em torno do Brasil e ninguém faz nada seja por conivência, conveniência, omissão, comodismo ou medo !

 

(*) O Articulista é professor e Coronel da reserva do Exército

R. João Brásio,265 / CEP 13092-510 – Campinas – São Paulo - tel - (0xx19) 3252-8348- Fax (0xx19) 3294-5996 - endereço eletrônico: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Autorizo a publicação e/ou divulgação desta sem ônus para ambas as partes.

Última atualização em Sáb, 27 de Agosto de 2011 08:31