O CONVÍVIO DOS CONTRÁRIOS

Sáb, 27 de Agosto de 2011
Seção:
Categoria: 1964

Em 1985, a terrorista anistiada Elizabeth Mendes de Oliveira, a conhecida atriz Bete Mendes - a "Rosa" da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-P)-, na condição de Deputada Federal, enviou carta ao Presidente da República, acusando de torturador o Cel Carlos Alberto Brilhante Ustra, então Adido Militar no Uruguai. A acusação, irresponsavelmente assacada, sem provas e sem que fosse dada ao acusado qualquer possibilidade de contraditório, logo foi encampada pelas esquerdas, que lhe deram a roupagem de verdade cristalina, como se faz com a mentira muitas vezes repetida. O episódio provocou surdo ressentimento nos militares, mormente por se dar naquele momento político em que a pacificação se impunha necessária e o desarmamento de espíritos deveria seguir-se a uma anistia pretendida ampla, geral e irrestrita.

Inaugurava-se a era do "convívio dos contrários", com os vencedores de uma luta fratricida estendendo as mãos, confiantes em uma Democracia que se imaginava pronta para caminhar por si própria em um mundo novo, aparentemente livre do embate ideológico.

Entorpecidos pelo desejo de revanche, os vencidos, não obstante a grandeza do que lhes era oferecido, interpretaram o gesto como se mãos fossem dadas à sua palmatória. Na defensiva, atordoados por uma massiva campanha de intoxicação da opinião pública, os militares recolheram-se ao dia-dia da caserna, estigmatizados pela pecha de culpados por todos os males do Brasil e alijados da "sociedade civil".

O veneno da "Rosa", de tão forte e traiçoeiro, hoje, passados dezessete anos, continua a provocar efeitos danosos à Instituição Exército Brasileiro, agora naquilo que é um dos seus pilares fundamentais: a coesão do público interno.

Assim, do documentário - "A Cobra Fumou" -, idealizado para oferecer um preito de reconhecimento e gratidão aos heróis da Força Expedicionária Brasileira, restou o bote da serpente, que, sem nenhuma coerência com o simbolismo que devia representar, instilou a cizânia e a desagregação, sob a forma da discussão sobre o aceite, ou não, do "politicamente correto" acima de valores éticos e morais, para a prática do "convívio dos contrários" e do respeito à regulamentação da "propriedade intelectual".

Além de provocar atritos entre irmãos de armas, o episódio provocou a curiosidade da imprensa, o que pode ser visto em duas matérias bem distintas.

A primeira, publicada no diário "Zero Hora", do Rio Grande do Sul, enfocou o assunto com relativa isenção, em entrevista com Bete Mendes, na qual "Rosa", a ex-terrorista da VAR-PALMARES, agora sem mais nenhum mandato parlamentar e, por conseguinte, sem a confortável proteção de qualquer imunidade, manteve a impostura contra o Cel Ustra, sem, entretanto, reafirmar os seus assaques. A jovem profissional responsável pela reportagem, neste caso por boa fé, não cotejou a veracidade das acusações da detratora, como de resto procedeu até hoje e ainda procede a grande maioria da imprensa brasileira por razões diversas. Desse modo, as gravíssimas aleivosias de Bete Mendes não se sustentam em comprovações, ou, no mínimo, em considerações críveis, limitando-se a inconsistentes denúncias de que teria visto "corpos de inocentes" na Unidade onde estivera presa, ou que lhe teria sido mostrado o cadáver de um amigo "morto a pancadas", sem dizer quem era tal amigo, o seu codinome ou a sua organização, malgrado os repetidos reptos que o Cel Ustra sempre lhe ofereceu, na defesa de seu nome enxovalhado. Mais uma vez, o ônus da prova, segundo a regra das esquerdas, cabe ao acusado.

A segunda matéria, publicada no semanário "Carta Capital", não pode ser considerada trabalho jornalístico sério, por merecer lugar cativo no lixo da imprensa tendenciosa, tal a verborragia chula e deselegante de um certo Sr Maurício Dias. Sem nenhum respeito pela inteligência do público leitor da revista, o "articulista", desbragadamente, exercita o corporativismo esquerdista e ofende e achincalha a todos e a tudo o que no episódio não estiver sob os matizes do vermelho. Neste caso, o ônus da prova nem cabe a ninguém, posto que Bete Mendes já lhe indicara a quem "justiçar", no seu preconcebido julgamento jornalístico.

As meias-verdades também são coadjuvantes em todo esse imbróglio, pois o Órgão de Comunicação do Exército, tristemente, foge à responsabilidade, minimizando a sua participação no documentário, que, segundo o próprio portal do CComSEx na Internet, teve o seu projeto "viabilizado graças ao patrocínio e/ ou apoio do Ministério da Cultura, do Centro de Comunicação Social do Exército, da Fundação Cultural do Exército Brasileiro e de mais oito empresas". Até o local do lançamento do filmete, em sessão especial, com a presença do Comandante da Força, foi subestimado, sob a alegação transmitida à imprensa de que ocorreu no "Teatro Pedro Calmon, em frente ao Quartel General do Exército". Ora, quem é militar ou quem conhece Brasília, sabe, de sobejo, que o Teatro Pedro Calmon é parte integrante do Quartel General do Exército, antes carinhosamente alcunhado de "Ociosão", por ter sido historicamente subempregado pelos militares, antes da sua abertura para atividades culturais diversas voltadas ao público em geral.

A imprensa ressalta que o CComSEx teria declarado que "a escolha e a contratação dos participantes do documentário é de responsabilidade dos produtores, não cabendo ao Exército tecer qualquer comentário a respeito". Desse modo, é curioso tal posicionamento, uma vez que a voz de uma detratora da Instituição encontrou acústica em local sob a administração militar, em pleno Quartel General da Força, só porque não cabe ao CComSEx escolher participantes de uma obra cinematográfica. Talvez seja essa uma demonstração do mais arraigado altruísmo, por mostrar o oferecimento da outra face ante a presença de conhecido agressor.

O "convívio dos contrários", do jeito que nos tentam impingir os adversários do passado, é via de mão única, inteiramente à mercê da desarmonia revanchista e de ódios represados, sob a distorcida interpretação de uma Democracia, que assim se mostra canhestra e parcial.

O veneno fez vítimas e trouxe inegáveis prejuízos. Acirrou ânimos, reabriu feridas, provocou desagregação, sem dúvida nenhuma.

Como tudo no relacionamento humano, todavia, do episódio começam a surgir componentes positivos e importantes. Reacendem-se valores cultuados pelo Exército Brasileiro, mantidos vivos e latentes na consciência de seus integrantes, estejam eles fardados ou de pijamas. Esse amálgama moral mostrar-se-á, mais uma vez, à prova de veneno, seja de onde provir. A coesão resultará forte e superará, como nos inúmeros exemplos do passado, os antagonismos de qualquer espécie, credo ou ideologia.

O "convívio dos contrários" só então será possível, sem brechas nas linhas amigas e sem permissividade com tipos como "Rosa".

Setor de Comunicação Social – Ternuma Regional Brasília. Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. TERNUMA REGIONAL BRASÍLIA. www.ternuma.com.br