Editorial da Revista do Clube Militar edição Abril de 2001
- Sáb, 27 de Agosto de 2011
- Seção:
- Categoria: 1964
VIVA O 31 DE MARÇO DE 1964!
*Hélio Ibiapina Lima
No dia 31 Mar 2001, comemoramos um fato histórico do mais alto significado para a Nação. Devemos festejá-lo com orgulho, pois o TRINTA E UM DE MARÇO DE 1964 não nos leva a qualquer tristeza ou arrependimento.
Em 2001, decidimos fazê-lo, em reunião na Sede Lagoa, relembrando, conversando, analisando, meditando.
Ao nosso lado, ombro a ombro, estiveram, em 31 de março 64, militares muito jovens que iniciavam sua carreira militar.
Hoje, quase todos os militares em serviço ativo apenas ouviram falar do que aconteceu em 31 de março de 64. Militares e civis, na reserva ou na ativa, e milhões de jovens sofrem, atualmente, tremendo e eficaz bombardeio de histórias falsas e informações distorcidas, mentiras lançadas a todo momento e em todas as direções, procurando modificar a História. É, portanto, imprescindível que se diga e repita, até a exaustão, o que aconteceu, como aconteceu e por que aconteceu, naquelas jornadas.
É preciso mostrar com provas irrefutáveis a necessidade daquela lancetada no tumor que se desenvolvia no seio da sociedade brasileira em 63/64, destruindo os tecidos de maior importância e valor: a autoridade, a disciplina, a família, a sociedade, a auto-estima, a vontade, o amor próprio, a organização política, industrial, econômica e laboral.
Provas apresentadas em nossa Revista de março de 2001, elaboradas não por nós, porém, com espontaneidade, pelos órgãos de imprensa mais desenvolvidos à época - tão simpáticos e aproximados de nós, então, e tão críticos e reacionários, hoje pelos próprios proprietários dos jornais que, naqueles dias, as editaram.
Em ação militar rápida, coordenada, altamente eficaz e eficiente, as Forças Armadas colocaram a locomotiva nos trilhos e deram partida, sem dúvida, a um notável surto de desenvolvimento.
A quase totalidade dos efetivos das Forças Armadas, em menos de um trimestre, esteve entregue às suas atividades de rotina, em seus quartéis, nos campos de instrução, cuidando do patrimônio e adestrando-se para o cumprimento da missão constitucional. Cinco (5) Oficiais Generais, em vinte anos, conduziram a maior revolução de toda a história de nossa Pátria. No início, éramos a 43ª potência mundial em vários setores e, em 1984, havíamos nos transformado na 8ª potência.
Os baderneiros, vergonhosamente derrotados em 64, aproveitando pequeno período de relaxamento, envolveram parte substancial da juventude estudantil, entusiasmada, mas inexperiente. Iniciaram um triste e malfadado período de irrefletida violência e estupidez. Tais baderneiros, travestidos em salvadores da Pátria, praticaram seqüestros de pessoas e de bens; cometeram assassinatos, "expropriações", assaltos a bancos, "justiçamentos"; criaram focos de guerrilhas urbana e rural. O Governo reforçou os sistemas de informação e desviou não mais que 4% de seus efetivos militares para, sem perda de tempo, sufocar os focos de rebeldia armada, os desrespeitos à autoridade e as ameaças à SOBERANIA. O Governo dominou os rebelados e os inconformados que teimavam em levar a NAÇÃO aos braços do marxismo-leninismo, liquidando com a liberdade da NAÇÃO e entregando-a traiçoeiramente às potências socialistas.
Os cinco (5) Oficiais Generais, sucessivamente, durante o período de 20 anos, conduziram, com raro equilíbrio, nosso País, dando-lhe todas as condições para que fosse, em 1984, fim do período, a 8ª potência mundial. Estes cinco (5) Oficiais Generais tornaram-se líderes de seu povo, administraram o Poder Nacional, comportando-se como homens de classe média. Nenhum deles tentou tornar-se ditador, todos transferiram o governo aos seus sucessores ao final de seus mandatos, menos um, que faleceu a meio caminho. Não cometeram desatinos, não roubaram, não enriqueceram. Todos morreram pobres. Nenhum deles, como executivo, desrespeitou os outros Poderes ou perdeu o senso de equilíbrio, teve medo do povo, deixou de andar, por vezes sozinho, nas calçadas e nas ruas, de visitar um amigo, de ir ao teatro ou aos campos de futebol.
Esse período foram "anos de chumbo" ? Anos de chumbo, sem dúvida, para aqueles que desejavam derrubar o Governo, estabelecer uma ditadura marxista-leninista, entregar a Nação ao estrangeiro, fazê-la voltar à falta de autoridade, à ausência da Lei, à insegurança total.
Em 16 anos de sucessivos maus governos já regredimos para a 12ª posição, grassa o desemprego, voltamos aos 40 milhões de miseráveis ou excluídos e nossa distribuição de renda é, atualmente, pior que os níveis de Zâmbia e Quênia! Os 10% privilegiados da população brasileira já consomem 28 vezes a renda produzida pelos 40% mais pobres!!! Perdemos para a Argentina (12), Venezuela (13), Colômbia (15), México (16), Botswana (22) e Peru (24)!!!
E a NOVA REPÚBLICA persiste na conquista de seus objetivos: desmontar o ESTADO, degradar o PATRIMÔNIO, enfraquecer a SOBERANIA, destruir a CIDADANIA, fustigar as FORÇAS ARMADAS.
Como conseqüência, um ALERTA! Um grupo tenaz e irresponsável, sem aceitar a derrota e (ou) a anistia, insiste em degradar as Forças Armadas, e destruir as Forças vivas da Nação. Enquanto esse grupo se arregimenta para conquistar o Poder Político, para atraiçoar a Pátria, entregando-a inerme ao estrangeiro, para escravizá-la, nós, simplesmente, DORMIMOS. Há, entre nós, os que não só dormem, como vão mais longe, considerando que esta comemoração é ultrapassada e deveria ser considerada esquecida.
Não só por covardia ou por ignorância as consideram assim; felizmente, minoria sem muita expressão, porquanto, conforme muito bem analisou o filósofo Olavo de Carvalho, em seu magistral artigo (O Globo, 31.03.01) o fazem por simples canalhice (Lógica da canalhice).
Vamos continuar DORMINDO à espera de que se preparem e consigam atraiçoar a Pátria, destruí-la, em benefício de suas ideologias, essas, sim, ultrapassadas e que, por utópicas e malsãs , só geram escravidão, torturas e eliminações (mais de 100 milhões de vítimas, absolutamente comprovadas)? Vamos ACORDAR, sim! A juventude sadia de nosso querido Brasil já está ACORDANDO!
* O autor é General de Brigada e Presidente do Clube Militar