Guerra e Paz

"A corrupção passou das mãos dos civis para os militares. Hoje, os civis e os militares estão juntos na corrupção". "Rosa"


O Grupo Anhanguera acompanhou com atenta preocupação, a recente troca de correspondências entre o Centro de Comunicação Social do Exército e o Cel Ustra, em torno da participação da ex - guerrilheira e terrorista Rosa, na legalidade Bete Mendes, como inusitada apresentadora de um trabalho, de justa divulgação das atividades da Força Expedicionária Brasileira, na época composta por brasileiros das três forças e na presente propaganda, patrocinada pelo governo federal, através do Exército.

No nosso enfoque a preocupação maior está basicamente centrada na observação comportamental de como, oficiais do Exército Brasileiro, com a mesma formação acadêmica, com a mesma visão ideológica, com o mesmo amor ao Brasil, são lançados, em momentos diferentes da nossa história, por inegáveis motivações conjunturais e políticas, a que foram ou estão submetidos, a posições conflitantes.

Nunca é demais relembrar que em 1960 o mundo vivia um grave momento de disputa ideológica entre o comunismo internacional, liderado pela União Soviética e o também capitalismo internacional, cuja maior expressão era e ainda é os EEUU. Todo o resto do mundo, sem maiores alternativas estava intimado a escolher entre os dois caminhos. Era o clímax da chamada guerra fria, que através de guerrilhas e revoluções regionalizadas, se propagava por todo o planeta. Evidentemente o Brasil não ficou fora desse turbilhão e em 1964, somente pela força de uma revolução, com a quebra da normalidade democrática, se posicionou claramente contra o comunismo internacional.

As FFAA brasileiras foram chamadas paga garantir essa definição que muito agradou os capitalistas locais e internacionais, assim como encheu de ódio os marxistas, especialmente os subvencionados pelo movimento comunista mundial. Nessa guerra efetiva, as Forças Armadas convocaram todos os seus quadros, em nome da mesma causa de luta anteriormente motivadora da campanha contra o totalitarismo nazista, que enfibrou e glorificou os nossos vitoriosos pracinhas da FEB. A luta de 1964 era contra a ameaça do também totalitarismo, agora comunista, batizada por eles mesmos de "ditadura do proletariado".

Evidentemente, como acontece em todas as guerras, (e o quadro de guerrilhas e de terrorismo patrocinado e financiado do exterior, era de efetiva guerra) militares e civis foram convocados para todas as linhas de combate. De todas elas, indubitavelmente, os que foram convocados pelas FFAA para a linha de frente, mais do que as suas carreiras, sabiam que estavam colocando em risco as suas próprias vidas .

A luta foi intensa no Brasil e em todo o mundo e o sonho do imperialismo soviético derrotado. Frustrados, os marxistas que, no Brasil, estrategicamente se infiltraram nos púlpitos, nas cátedras e nas redações, resolveram vender caro o fracasso de suas causas. Estruturalmente internacionalistas, compuseram-se rapidamente com o capitalismo internacional, que não precisava mais dos regimes militares, "perigosos" enclaves de nacionalistas. Concentraram também suas iras, de forma especial, sobre o segmento que diretamente mais os havia atingido: os civis e militares da linha de frente, que frontal e destemidamente os havia enfrentado. Desencadearam a mais torpe e desqualificada campanha pessoal contra os mesmos, valendo-se da omissão e silêncio das instituições que os haviam enviado para a linha de frente.

E nesse inegável patrulhamento ideológico, que desfigurou totalmente uma teórica anistia, planejada para ter sido uma demonstração de magnanimidade do vencedor sobre o vencido, no Brasil, por inteiro, nada disso aconteceu. Ex - guerrilheiros e terroristas foram guindados aos mais altos postos da administração pública enquanto que os que foram chamados a defender o Brasil, foram pejorativamente rotulados de "agentes da repressão, torturadores, etc", e tiveram suas carreiras sacrificadas, viram suas famílias humilhadas, num tremendo e nunca montado esquema de perseguição político- ideológico. Nessa monstruosa "caça às bruxas", a mais elementar acusação, mesmo oriunda do mais desqualificado ou suspeito acusador, colocada em caixas de ressonâncias globais, bastava para destruir ou marcar definitivamente um pessoa, como repugnante "agente da ditadura militar."

Assim é que se entende as justas feridas do Cel Ustra e da maioria dos melhores quadros dos então jovens militares da sacrificada geração de 60. Foram convocados para uma brutal e singular forma de luta, onde o inimigo era quase sempre um seu compatriota, muitas vezes o seu próprio irmão, amigo ou companheiro de armas, sovietizados e embrutecido por técnicas de lavagem cerebral ou cursos de guerrilha onde eram robotizados para negar até seus pais e seu País, e em nome da causa. internacional, matar ou morrer.

Na realidade compreendemos que é muito difícil para o Cel Ustra assim como para todos os que as FFAA, inclusive o Exército, mandaram para a linha de frente na luta contra a "Rosa" e seus companheiros de terrorismo, aceitar como ela, até hoje orgulhosa de seu passado apátrido de defensora armada da "ditadura do proletariado internacional", tenha a oportunidade de magoar também febianos ainda vivos e que ofereceram, num passado ainda mais distante, suas vidas na luta contra a ameaça de outra forma também odiosa de ditadura, que era o nazismo.

É louvável e respeitável o esforço do Gen. Chefe Centro de Comunicação Social do Exército na difícil e delicada tarefa de se posicionar entre suas convicções pessoais e os seus deveres funcionais de membro de um governo, na sua estrutura civil, publicamente avesso aos militares brasileiros, de ontem e de hoje.

Será que se em vez da "Rosa", em nome dos direitos autorais da firma de publicidade, o Cel. Ustra ou outro militar, mesmo um febiano, marcado a ferro também como "agente da repressão", por mais heróico que tenha sido, fosse o escolhido, o governo teria autorizado a divulgação da propaganda?

Também é discutível a "democracia" que hoje vivemos, desfigurada pelo entreguismo, pela instabilidade politico-econômica, pelo desemprego, pela humilhação dos aposentados e funcionários, pela insegurança pública, pela generalizada corrupção, por manobras continuistas, etc.. O ódio e a perseguição aos mais destemidos "agentes da repressão" muitos mortos e/ou lançados ao ostracismo, ao mesmo tempo em que terroristas e guerrilheiros são indenizados como heróis, compõem também um tenebroso quadro de "convívio dos contrários"..

É lamentável vermos o que fizeram com a nossa democracia, filha dileta da Revolução Nacionalista e Vitoriosa de 31 de Março. Em poucos anos de convivência com o entreguismo e a corrupção, a mesma já ficou gravemente prostituída.

Enquanto isso, é interessante e paradoxal a postura do governo e das antigos marxistas, hoje entusiásticos neoliberalistas. Quando se fala em lutas recentes, do Governo e das FFAA americanas, contra os terroristas e guerrilheiros, os aplausos do governo brasileiro, mesmo nos exageros das violações dos tão decantados direitos humanos, chegam a chocar até mesmo os mais duros "agentes da repressão" de 1964.

Na guerra de 1964 o Brasil Nacionalista esteva de pé diante do capitalismo e do comunismo. Na paz atual, comandado por "regenerados" ex - marxistas, o Brasil está de cócoras diante do mundo neoliberal.

 

 

Grupo Anhanguera

"Lealdade sim. Cumplicidade nunca"

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*Marcus Antônio Fleury é Coronel Reformado do Exército e Coordenador do Grupo Anhanguera. Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

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