Depoimentos sobre o movimento cívico - militar de 31 de março de 1964

 

1964. Revolução ou Golpe ?

 

Uma breve síntese imparcial de quem não viveu a época

 

por Diogo Chiuso

 

No meu ingresso à Faculdade de Jornalismo sempre me fora salientado as barbáries cometidas pelos militares, não apenas contra estudantes e jornalistas, mas com o "futuro" nacional, a partir do cerceamento da liberdade imposto pelas Forças Armadas Brasileiras. Cheguei, confesso, a escrever algumas linhas sobre a brutalidade, sobre a forma desumana e arbitrária usada pelos generais para produzir, segundo os esquerdistas, o Golpe de 64.

 

Mas muito cedo comecei a desconfiar dessa única versão a qual eu tinha acesso, quando via as defesas de professores, marxistas confessos, ao regime cubana: a ilha de Fidel sempre retratada como um paraíso terrestre, além do ditador ser sempre citado na imprensa como presidente de Cuba, sem nunca ter submetido seu país a uma eleição democrática. Por outro lado, abriu-me os olhos um relato de um amigo praticante de ginástica olímpica, que acabava de voltar de uma competição em Cuba, sobre a triste realidade de misérias daquele país e, em especial uma mulher, de aproximadamente 30 anos, que havia lhe confessado a falta constante de alimentos básicos, no seu caso, já não sabia o que era ovos e leite há pelo  menos dez anos.

 

Neste momento iniciou em mim uma grande dúvida sobre qual seria a verdade histórica, já que, para completar, naquele mesmo ano era publicado o "Livro Negro do Comunismo", onde estampava-se o sistema carnificina de Lênin, Stalin, Mao, Fidel e seus amiguinhos vermelhos.

 

Com alguns jornais antigos do acervo da Biblioteca da minha Faculdade e lendo alguns livros, sempre tentando "ouvir" as duas versões, como aliás ensinavam os professores de jornalismo, acabei chegando a uma conclusão que considero bastante idônea:

 

De fato, realmente houveram abusos por parte dos militares, mas seguramente não foram gratuitos. Foi um momento político bastante complexo, com várias ideologias em jogo. Em suma, ocorria uma Revolução em 1964, e não fora um Golpe, como afirmam os esquerdistas. Além disso, o caos cultural, político e social de hoje, pouco tem a ver com o Regime Militar. Pelo contrário, talvez se os esquerdistas tivessem ganho a Revolução estaríamos numa grande Cuba, mas o único problema é que Miami fica bem longe de barco, canoa ou jangada.

 

É certo que assistimos hoje a uma total desordem e indisciplina nas ruas, dentro das próprias casas e famílias. Um país culturalmente morto e enterrado, cheio de pessoas mal educadas, ignorantes e de péssimo gosto. Mas isso não é outra coisa senão o fruto do gramcismo, instaurado em nosso país. (Para mais detalhes, tenha boa fé e leia o capítulo II do livro A Nova Era e a Revolução Cultural, do filósofo Olavo de Carvalho: http://www.olavodecarvalho.org/livros/negramsci.htm)

 

Ainda na minha pesquisa, uma matéria que me chamou bastante a atenção. Escreveu o jornalista Clóvis Rossi, em 25 de setembro de 1988, uma edição de Domingo da Folha de São Paulo que trazia a manchete "Exércitos fazem pacto secreto para intervir no poder". No entanto, a história era um pouco diferente do título, e falava sobre o encontro secreto dos militares das Américas que traçavam metas e acordos para combater o crescimento dos "movimentos comunistas ‘gramscianos", que pregam a revolução não com armas, mas sim, pela cultura, estratégia idealizada por Antonio Grasmci, pensador comunista italiano. (consulte também o livro "Os intelectuais e a organização da cultura", Antonio Grasmci, e reflita sobre a moralidade das suas propostas).**

 

Portanto, acredito que em 1964 tínhamos dois caminhos a seguir: o que garantia alguma ordem e, principalmente, a soberania nacional com os militares; ou o do comunismo carnificina que já matou mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo, tornando-se a ideologia mais assassina da história da humanidade; um sistema político e social ainda mais assassino, desumano e cruel do que o Nazismo, que, segundo os próprios esquerdistas, é de extrema direita, embora seja o mesmo nazismo do Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei,  o Partido NACIONAL-SOCIALISTA dos Trabalhadores Alemães.*

 

Enfim, tudo é confuso porque os comunistas instauraram a mentira deslavada como propaganda, e desta forma ilude jovens (eu inclusive!) com uma única versão distorcida e imoral, fazendo-nos, sem entender o porquê, odiar os militares, a polícia, a ordem e a família, para em contrapartida, idolatrar assassinos, bandidos, presidiários e estimular a perversão através das drogas.

 

Não poderia deixar, portanto, de saudar os verdadeiros heróis que, bem ou mal, defenderam o país contra a tirania comunista e impediram uma guerra civil que faria derramar muito sangue inocente, como, à época, ocorreu em muitos países.

 

 O autor é estudante de Comunicação Social na Universidade Católica de Santos e editor do jornal online O Expressionista.

 

 ________

 

* Sem considerar que em 1939, com o Pacto Germano Soviético, foram os comunistas que apoiaram vergonhosamente os nazistas, enquanto a direita européia organizava-se para combatê-los.

 

** Curioso é que viemos a saber mais tarde que, enquanto os militares pareciam se organizar para enfrentar uma guerra cultural contra o gramscismo, a esquerda se organizava em redor do Foro de S. Paulo, fazendo acordos espúrios com os narcotraficantes das Farc e também seqüestradores do Sedero Luminoso e do Mir chileno.

 

Última atualização em Ter, 03 de Abril de 2012 20:08

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