Índice de Preços ao Produtor
- Sáb, 02 de Fevereiro de 2013
- Seção:
- Categoria: Ricardo Bergamini
Fonte IBGE - Base: Dezembro de 2012
Índice de Preços ao Produtor (IPP) varia 0,30% em dezembro e fecha 2012 em 7,16%
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,30% em dezembro em relação ao mês anterior. Este resultado foi superior ao observado na comparação entre novembro e outubro (0,27%). O indicador acumulado em 2012 (em 12 meses, portanto) chegou a 7,16%. Este índice foi superior ao acumulado nos 12 meses anteriores (novembro), que chegou a 6,84%.
O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação.
16 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços
Em dezembro de 2012, 16 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 15 do mês anterior. As quatro maiores altas foram em perfumaria, sabões e produtos de limpeza (1,85%), fumo (1,49%), papel e celulose (1,22%) e calçados e artigos de couro (-0,81%).
Em termos de influência, na comparação entre dezembro/12 e novembro/12 (0,30%), sobressaíram alimentos (0,07 pontos percentuais – p.p.), outros produtos químicos (0,04 p.p.), metalurgia (0,04 p.p.) e papel e celulose (0,04 p.p.).
O indicador acumulado no ano (dezembro de 2012 contra dezembro de 2011) atingiu 7,16%, contra 6,84% em novembro/12. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na perspectiva deste indicador sobressaíram: fumo (18,52%), alimentos (14,57%), papel e celulose (12,57%) e bebidas (12,00%).
Neste indicador, os setores de maior influência foram: alimentos (2,75 p.p.), outros produtos químicos (1,08 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,71 p.p.) e papel e celulose (0,40 p.p.).
Onze setores tiveram maior influência nos resultados do IPP entre 2010 e 2012. Três deles (alimentos, refino de petróleo e produtos de álcool e outros químicos) foram destaque nos três anos, com alto peso no cálculo do IPP (em dezembro de 2012, a contribuição deles é de 42,22%) e cujos aumentos de preços ocorreram em circunstâncias diferentes. Os preços de alimentos aumentaram em 2010 por conta da pressão de demanda mundial, num quadro de aumento de renda. Já em 2012, além do câmbio desvalorizado, a incerteza quanto a safra de soja foi um dos fatores de maior impacto.
Os preços de refino de petróleo e produtos de álcool aumentaram, tanto em 2010 quanto em 2012, por conta de óleo diesel e nafta (esta com reflexo do mercado mundial, em particular no ano de 2012), ainda que a gasolina tenha pressionado para baixo o resultado do setor.
O setor outros produtos químicos encontrou um ambiente propício em 2010 para recuperar preços que haviam estagnado na esteira da crise de 2008. Mais recentemente, ajuste ao aumento de uma das principais matérias-primas do setor, a nafta, foi dos fatores mais relevantes.
Os outros oito setores têm características particulares. Na indústria têxtil, os preços aumentaram em 2010 por conta do aumento do algodão no mercado internacional. Já o setor de papel e celulose aparece em destaque em 2010 e 2012. No primeiro ano, a justificativa está no aumento do preço internacional da celulose e, em 2012, na desvalorização do real.
Alimentos: em dezembro, os preços dos alimentos, quando comparados aos de novembro, variaram, em média, 0,37%. Com isso, o ano de 2012 fechou com variação de 14,57%, resultado maior que o de 2011 (3,08%) e menor que o de 2010 (21,24%). O ano de 2012 foi marcado pelo aumento de preços de derivados de soja, que ocorreu principalmente entre março e setembro e esteve atrelado a problemas de oferta e ao câmbio, já que são produtos voltados para o mercado externo, tanto no Brasil quanto nos demais países produtores. O arroz também sofreu problemas de oferta e seus preços subiram praticamente durante todo o ano, com destaque para os meses de agosto e setembro. Já o açúcar cristal aparece como destaque negativo, reflexo do que ocorreu durante o ano, com sete das 12 variações negativas de preços.
Bebidas: o setor de bebidas apresentou queda de preços pelo segundo mês consecutivo. A variação média de preços da atividade foi de -0,64% em dezembro/12 e -0,42% em novembro/12. Estes resultados negativos, no entanto, não foram suficientes para reverter o aumento de preços apresentado pelo setor durante o ano de 2012, que apresentou a quarta maior variação da indústria (12,0%). O contínuo aumento de preços do setor de março a outubro fez com que o setor se destacasse entre os maiores resultados em todos os indicadores, tanto em termos de variação de preços quanto em termos de influência ao longo do ano.
Papel e Celulose: Em dezembro a atividade de fabricação de papel e celulose registrou 1,22% na comparação com novembro, a maior taxa ocorrida no segundo semestre de 2012. Com esse resultado, o acumulado do ano atingiu o patamar de 12,57%, índice superior ao acumulado no ano de 2011 (-7,80%), porém inferior ao acumulado no ano de 2010 (14,27%). Os preços da atividade variaram 18,60% na comparação com dezembro de 2009.
Refino de petróleo e produtos de álcool: em dezembro a atividade de refino de petróleo e produtos de álcool registrou 0,34% em relação a novembro, a menor taxa desde março de 2012 (0,36%). A atividade apresentou oscilações ao longo de 2012, com picos em abril (1,39%) e outubro (1,01%). Mesmo com a ocorrência de algumas taxas negativas no início do ano (-0,58% em janeiro e -0,2% em fevereiro), a predominância de variações positivas em 2012 levou o acumulado no ano a 6,41%.
Outros produtos químicos: a atividade registrou variação positiva de 0,39% em dezembro com relação a novembro de 2012, invertendo a queda de - 0,11% ocorrida no mês anterior. No ano, o setor acumulou alta de 9,98%, resultado superior ao de 2011, que foi igual a 8,34%, mas inferior ao de 2010 (15,76%).
Metalurgia: em dezembro de 2012 a atividade apresentou, pelo segundo mês consecutivo, variação positiva em sua comparação com o mês anterior (0,55%), o que fez a variação no ano ficar igual a 1,22%.
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