Índice Nacional de Preços ao Consumidor e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
- Sex, 11 de Janeiro de 2013
- Seção:
- Categoria: Ricardo Bergamini
Fonte IBGE - Base: Dezembro de 2012
IPCA de dezembro fica em 0,79% e fecha 2012 em 5,84%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,79% em dezembro, ficando acima da taxa de novembro (0,60%) em 0,19 ponto percentual. É o maior IPCA mensal desde março de 2011, quando atingiu a mesma taxa de 0,79%, e o maior índice dos meses de dezembro desde 2004, quando a taxa foi de 0,86%. Com isto, o ano de 2012 fechou em 5,84%, abaixo dos 6,50% relativos ao ano anterior. Em dezembro de 2011 a taxa havia ficado em 0,50%.
Despesas pessoais tiveram a maior alta entre os grupos em 2012 (10,17%)
Fechando o ano com 5,84%, o IPCA de 2012 ficou abaixo do índice de 2011 (6,50%) em 0,66 ponto percentual. Dos grupos pesquisados, o mais elevado foi o das despesas pessoais, que atingiu 10,17%, enquanto o mais baixo foi o grupo transportes, com 0,48%.
Pelos serviços dos empregados domésticos, as famílias passaram a pagar 12,73% a mais. O item foi líder na relação dos principais impactos individuais no ano, com 0,45 ponto percentual. Além dos salários dos empregados, as principais altas que levaram as despesas pessoais (10,17%) ao topo de resultados de grupos foram cigarro (25,48%); excursão (15,25%); manicure (11,73%); hotel (9,39%); costureira (7,42%); e cabeleireiro (6,80%).
Transportes (0,48%), o segundo grupo de maior peso (19,52%), teve forte influência na formação do índice. Enquanto em 2011 havia registrado 6,05%, com impacto de 1,13 ponto percentual, em 2012 o grupo foi responsável por 0,04 ponto do IPCA. A queda de 5,71% nos preços dos automóveis novos em função da redução do IPI contribuiu para isso. Este item deteve o principal impacto para baixo no índice (-0,21 ponto percentual). Os automóveis usados ficaram 10,68% mais baratos, exercendo impacto de –0,18 ponto percentual, o segundo mais baixo. Juntos, novos e usados ficaram com –0,39 ponto no ano. Os combustíveis (–0,72%) também tiveram participação importante, já que o consumidor passou a pagar –3,84% pelo litro do etanol, com impacto de –0,04 ponto, e –0,41% pela gasolina, com impacto de -0,02 ponto. Mas aumentos em outros itens pressionaram a taxa, com destaque para passagens aéreas (26,00%); seguro de veículo (7,78%); tarifas de ônibus intermunicipais (6,35%); tarifas de ônibus urbano (5,26%), e conserto de automóvel (5,00%).
Os grupos comunicação (0,77%) e artigos de residência (0,84%) mostraram resultados relativamente baixos no ano. Os artigos de residência registram queda de 13,25% nos preços da televisão, de 5,17% no microcomputador e de 2,28% no preço do refrigerador. As contas de telefone fixo, que ficaram 1,59% mais baratas, foram destaque em comunicação. Nos cursos regulares, a alta das mensalidades situou-se em 8,35%, sendo que os cursos diversos (idioma, informática, etc.) atingiram 9,67%, fechando o grupo educação em 7,78%.
O consumidor passou a pagar mais caro pelo aluguel residencial, que aumentou 8,95%. Isto, junto com mão-de-obra para reparos no domicílio (11,57%), condomínio (8,75%) e taxa de água e esgoto (8,84%), levou as despesas com habitação para 6,79%. Ficou mais elevado o gasto com plano de saúde (7,79%). A alta nos preços das consultas médicas (11,11%) e dentárias (8,36%), dos serviços de hospitalização e cirurgia (7,11%), além dos remédios (4,11%) também pressionaram o grupo saúde e cuidados pessoais, que fechou o ano em 5,95%. Entre os artigos de vestuário, com variação de 5,79%, destacaram-se os calçados, cujos preços aumentaram 7,59%, enquanto nas roupas a alta foi de 4,67%.
Os grupos de produtos não alimentícios tiveram alta de 4,64% em 2012, abaixo dos 6,29% registrados em 2011 em 1,65 ponto percentual.
Alimentação e bebidas sobem 9,86% em 2012
O grupo alimentação e bebidas, que detém a maior parcela do orçamento das famílias (23,93%) subiu 9,86%, mais do que os 7,18% do ano anterior em 2,68 ponto percentual. Dono de 2,27 pontos percentuais do índice o grupo foi responsável por 39% da taxa.
Foi forte a pressão dos alimentos consumidos fora do domicílio, cujos preços se elevaram em 9,51% em 2012, seguindo a alta de 10,49% de 2011, embora menos intensa. O item refeição fora, que aumentou 8,59%, exerceu o segundo principal impacto individual no IPCA do ano, com 0,41 ponto percentual, embora todos os itens relativos à alimentação fora tenham aumentado.
Já os alimentos consumidos no domicílio ficaram 10,04% mais caros em decorrência, principalmente, de problemas climáticos e subiram bem mais do que os 5,43% de 2011. O açúcarcristal (-8,74%) e o refinado (-3,22%) e as carnes (-0,67%) se destacam entre os produtos que ficaram mais baratos em 2012.
Belém foi a região onde o IPCA teve maior alta em 2012 (8,31%)
Quanto às regiões pesquisadas, enquanto Belém registrou o índice mais baixo em 2011 (4,74%), em 2012 chegou a 8,31%, o mais elevado. Lá os alimentos chegaram aumentar 14,32%, exercendo impacto de 4,58 ponto percentual. Isso fez com que o grupo alimentação e bebidas (14,32%) fosse o responsável por 55% do índice da região. Já o índice mais baixo em 2012, foi registrado na região metropolitana de São Paulo (4,72%).
Dos nove grupos pesquisados, seis mostraram aceleração no IPCA de dezembro
Excetuando-se os grupos artigos de residência, que passou de 0,47% em novembro para 0,27% em dezembro, e comunicação, de 0,31% para 0,03%, os demais sete grupos mostraram aceleração nas taxas de um mês para o outro.
Os preços dos alimentos continuaram subindo e atingiram 1,03%, mais do que em novembro (0,79%). Embora alguns produtos tenham aumentado menos, outros aceleraram, como o tomate (de –20,90% em novembro para 6,26% em dezembro), o frango (de 3,15% para 4,86%), hortaliças (de –0,63% para 3,79%), o feijão-carioca (de –2,07% para 3,55%) e o pão francês (de 0,51% para 0,79%).
A variação dos não alimentícios ficou em 0,71%, acima dos 0,54% de novembro. As passagens aéreas custaram 17,12% a mais em dezembro e ficaram acima dos 11,80% de novembro e se mantiveram no topo dos principais impactos do mês, com 0,10 ponto percentual, elevando as despesas com transporte em 0,75% (0,68% em novembro). O grupo foi influenciado, ainda, pelas tarifas dos ônibus interestaduais (de 0,02% para 2,38%) e pelo preço do litro do etanol (de 0,63% para 2,11%), além do automóvel usado, com variação de 0,11% frente à queda de 0,60% em novembro, e dos acessórios e peças para veículos (de –0,28% para 0,56%).
O item excursão seguiu as passagens aéreas e, com alta de 17,13%, ficou na segunda posição na relação dos principais impactos do mês, responsáveis por 0,06 ponto percentual no IPCA. Outros itens exerceram influência para que o grupo das despesas pessoais saísse de 0,53% em novembro para 1,60% em dezembro, a maior variação de grupo, com destaque para cigarro (de 0,60% para 3,94%) e empregados domésticos (de 0,66% para 0,82%).
Os preços dos artigos de vestuário aumentaram mais, passando de 0,86% em novembro para 1,11%, destacando-se as roupas masculinas (de 0,32% para 1,25%) e femininas (de 1,47% para 1,51%). O grupo educação subiu de 0,05% para 0,19%; saúde e cuidados pessoais passou de 0,32% para 0,40%; e habitação, de 0,64% para 0,63%, ficou estável.
Rio de Janeiro teve a maior alta do IPCA em dezembro (1,29%)
Quanto aos índices regionais, o maior foi o do Rio de Janeiro (1,29%) influenciado, principalmente, pelo resultado dos itens empregado doméstico (2,92%) e excursão (24,06%) além da alta dos alimentos (1,64%). O menor foi o de Belo Horizonte (0,52%).
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados entre 29 de novembro e 28 de dezembro de 2012 com os preços vigentes no período de 30 de outubro a 28 de novembro de 2012.O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.
INPC fecha 2012 em 6,20%
O INPC fechou 2012 com a taxa de 6,20%, acima dos 6,08% de 2011. Os alimentos tiveram variação de 10,41% e os não alimentícios, 4,54%. Em 2011, os alimentos subiram 6,27% e os não alimentícios 6,00%.
Quanto aos índices regionais, o maior foi o de Belém (8,35%%), em virtude do expressivo aumento nos preços dos alimentos, que chegou a 13,94%. Brasília (4,63%) ficou com a menor taxa, onde os alimentos (7,37%) apresentaram a menor variação entre as áreas pesquisadas.
O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 6 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.
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