Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil

industria

Fonte IBGE - Base: Outubro de 2012

 

Produção industrial cresce 0,9% em outubro

 

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Em outubro de 2012, já descontadas as influências sazonais, a produção industrial apontou crescimento de 0,9% frente ao mês imediatamente anterior, após registrar queda de 0,6% em setembro, quando interrompeu três meses consecutivos de resultados positivos. No confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial apontou expansão na produção (2,3%), interrompendo a sequência de 13 meses de taxas negativas nesse tipo de comparação.

 

Com isso, o índice acumulado para os primeiros dez meses do ano (-2,9%) mostrou redução na intensidade de queda frente as marcas observadas nos meses anteriores. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 2,7% em outubro de 2012, interrompeu a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010 (11,8%) e assinalou resultados negativos menos intensos que os verificados em agosto (-2,9%) e setembro (-3,1%). O índice demédia móvel trimestral teve crescimento de 0,6%.

 

 

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A atividade industrial mostrou aumento no ritmo produtivo em outubro (0,9%) na comparação com o mês imediatamente anterior, embora o resultado desse mês tenha registrado apenas duas das quatro categorias de uso e 13 dos 27 setores com taxas positivas. Vale destacar o comportamento positivo da produção industrial nos últimos meses, já que o setor acumulou expansão de 2,3% entre maio e outubro, eliminando, assim, as perdas observadas nos cinco primeiros meses do ano (-2,2%). Por categorias de uso, nesse mesmo período (maio-outubro), o principal ganho ficou com bens de consumo duráveis (9,2%), impulsionado em grande parte pela maior fabricação de automóveis e de eletrodomésticos da “linha branca”. Os demais resultados positivos foram assinalados por bens de consumo semi e não duráveis (2,6%), bens intermediários (1,5%) e bens de capital (0,1%). Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral reforça esse momento de ganho de ritmo da produção industrial, já que manteve a trajetória ascendente iniciada em julho último.

 

Esse maior dinamismo também foi verificado no confronto contra igual mês do ano anterior, já que o setor industrial apontou expansão na produção em outubro de 2012, revertendo 13 meses de resultados negativos nesse tipo de comparação, influenciado não só pelo aumento no ritmo da produção industrial nesse mês, mas também pelo efeito calendário, uma vez que outubro de 2012 teve dois dias úteis a mais do que outubro de 2011. Nos indicadores acumulado no ano e nos últimos 12 meses observa-se a manutenção de índices negativos, mas com redução na intensidade de queda frente às marcas registradas nos meses anteriores.

 

Dos 27 ramos pesquisados, 13 registram crescimento de setembro para outubro

 

Com o crescimento de 0,9% observado no total da indústria entre setembro e outubro, o patamar de produção do setor ficou 3,4% abaixo do nível recorde alcançado em maio do ano passado. A expansão no ritmo da atividade em outubro atingiu 13 dos 27 ramos investigados, com destaque para os avanços registrados por indústrias extrativas (8,6%), máquinas e equipamentos (6,3%) e veículos automotores (3,7%). Vale ressaltar que, com o resultado desse mês, a primeira atividade interrompeu o comportamento negativo presente desde junho último, período em que acumulou perda de 4,5%; a segunda recuperou parte do recuo de 9,4% verificado entre julho e setembro; e a última eliminou a queda de 1,2% assinalada no mês anterior. Outras contribuições positivas relevantes sobre a média da indústria vieram de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (22,8%), alimentos (1,7%), metalurgia básica (2,6%) e perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (5,9%). Por outro lado, entre os ramos que recuaram a produção, os desempenhos de maior importância para o resultado global foram registrados por farmacêutica (-5,2%), refino de petróleo e produção de álcool (-2,6%), edição, impressão e reprodução de gravações (-3,8%), outros equipamentos de transporte (-4,2%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-6,6%). Vale destacar que, com exceção do último setor que mostrou recuo pelo segundo mês seguido, as demais atividades apontaram taxas positivas em setembro último: 5,8%, 0,7%, 0,4% e 4,1%, respectivamente.

 

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis (1,4%) e bens intermediários (0,6%) assinalaram avanço na produção em outubro de 2012, após registrarem, respectivamente, recuos de 1,3% e de 0,9% em setembro último. Os setores produtores de bens de capital (-0,6%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) mostraram resultados negativos nesse mês, com o primeiro acumulando perda de 1,7% nos últimos três meses de queda na produção, e o segundo interrompendo dois meses seguidos de taxas positivas, período em que acumulou expansão de 1,6%.

 

Média móvel trimestral cresce 0,6% em outubro

 

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou crescimento de 0,6% no trimestre encerrado em outubro frente ao nível do mês anterior, após avançar 0,7% em agosto e 0,4% em setembro. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (0,9%) assinalou a expansão mais intensa em outubro e prosseguiu com a trajetória ascendente iniciada em abril último. Os segmentos de bens intermediários (0,6%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,4%) também mostraram taxas positivas nesse mês, com ambos apontando três meses seguidos de expansão e acumulando, respectivamente, ganhos de 1,8% e de 1,7%. O setor produtor de bens de capital, ao recuar 0,6% em outubro frente ao patamar do mês anterior, registrou o único resultado negativo e intensificou o ritmo de queda frente ao índice de setembro (-0,1%).

 

Produção industrial avança 2,3% na comparação com outubro de 2011

 

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial avançou 2,3% em outubro de 2012, primeiro resultado positivo desde agosto do ano passado nesse tipo de confronto, com perfil disseminado de taxas positivas, já que a maior parte (21) dos 27 setores pesquisados apontou expansão na produção. Vale citar que outubro de 2012 (22 dias) teve dois dias úteis a mais que igual mês do ano anterior (20). Os ramos de outros equipamentos de transporte (16,2%), máquinas e equipamentos (5,2%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (29,8%) e de alimentos (2,6%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria nesse mês, impulsionados principalmente pela maior fabricação de aviões, no primeiro setor, aparelhos de ar-condicionado de paredes/janelas, refrigeradores, congeladores, fogões de cozinha, compressores usados em aparelhos de refrigeração, máquinas de lavar e rolamentos de esfera, agulhas e cilindros, no segundo, controladores lógico programáveis e relógios de pulso, no terceiro, e açúcar cristal, no último. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram das atividades de produtos de metal (8,7%), outros produtos químicos (3,2%), indústrias extrativas (3,9%), farmacêutica (4,2%) e borracha e plástico (4,5%). Em termos de produtos, as pressões positivas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, partes e peças de caldeiras geradoras de vapor; herbicidas para uso na agricultura e inseticidas para uso doméstico e agrícola; minérios de ferro; medicamentos; e peças e acessórios de borracha e plástico para indústria automobilística. Por outro lado, ainda na comparação com outubro de 2011, entre os seis setores que reduziram a produção, os principais impactos foram observados em máquinas para escritório e equipamentos de informática (-19,7%) e edição, impressão e reprodução de gravações (-6,0%), pressionados em grande parte pelos itens computadores e monitores de vídeo, no primeiro ramo, e livros, revistas e jornais, no segundo.

 

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (13,6%) assinalou o avanço mais acentuado em outubro de 2012. Vale destacar que esse foi o terceiro resultado positivo consecutivo e o mais intenso desde fevereiro de 2011 (17,6%), após 11 meses seguidos de taxas negativas nesse tipo de comparação. Na formação do índice desse mês, o segmento foi particularmente influenciado pela maior fabricação de automóveis (23,8%) e de eletrodomésticos da “linha branca” (19,2%), vindo a seguir os impactos positivos registrados por artigos do mobiliário (9,9%) e telefones celulares (6,9%). Nessa categoria de uso, as principais contribuições negativas vieram de motocicletas (-34,0%) e, em menor escala, de eletrodomésticos da “linha marrom” (-0,4%).

 

Ainda na comparação com outubro de 2011, os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (2,5%) e de bens intermediários (1,9%) também mostraram crescimento na produção, com o primeiro avançando ligeiramente acima da média da indústria (2,3%) e interrompendo uma sequência de seis meses de taxas negativas, e o segundo apontando o maior avanço desde maio do ano passado (2,3%). A expansão na produção de bens de consumo semi e não duráveis foi influenciada pelo crescimento em todos os seus grupamentos, com destaque para o avanço de 14,7% verificado em carburantes, por conta da maior produção dos itens gasolina automotiva e álcool. Os demais resultados positivos foram observados nos grupamentos de alimentose bebidas elaborados para consumo doméstico (1,2%), outros não duráveis (0,8%) e semiduráveis (1,0%), impulsionados em grande parte pela maior fabricação de cervejas, chope e carnes e miudezas de aves congeladas, no primeiro subsetor, medicamentos, no segundo, e calçados de material sintético de uso feminino, no último. No segmento de bens intermediários, o desempenho positivo desse mês foi influenciado principalmente pelos avanços na produção dos produtos associados às atividades de alimentos (7,2%), indústrias extrativas (3,9%), produtos de metal (12,6%), outros produtos químicos (2,2%), borracha e plástico (4,3%), metalurgia básica (0,3%) e têxtil (0,8%), enquanto as pressões negativas foram registradas por refino de petróleo e produção de álcool (-7,4%), veículos automotores (-2,9%), minerais não metálicos (-0,5%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,4%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (3,6%), que voltou a crescer após apontar queda de 3,2% em setembro, e de embalagens (3,9%), que mostrou ganho de ritmo frente aos índices de agosto (0,3%) e de setembro (0,8%).

 

A produção de bens de capital (-5,8%) foi a única que ficou negativa entre as categorias de uso em outubro de 2012 no confronto com igual mês do ano anterior. Vale destacar que esse foi o décimo quarto resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação, mas o menos intenso desde dezembro do ano passado (-0,4%). No índice desse mês, o segmento foi influenciado pelas taxas negativas observadas na maior parte dos seus subsetores, com destaque para o recuo registrado por bens de capital para equipamentos de transporte (-3,3%), ainda bastante pressionado pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques e chassis com motor para caminhões e ônibus. Vale citar ainda as taxas negativas verificadas em bens de capital para uso misto (-6,8%), paraconstrução (-22,8%) e para energia elétrica (-4,1%), enquanto os subsetores de bens de capital agrícola (7,0%) e para fins industriais, com variação de 0,1%, apontaram os resultados positivos nessa categoria de uso no índice mensal de outubro de 2012.

 

Índice acumulado nos dez meses de 2012 recua 2,9%

 

No índice acumulado dos dez meses de 2012, frente a igual período do ano anterior, o recuo foi de 2,9% para o total da indústria, com taxas negativas em todas as categorias de uso, 17 dos 27 ramos, 48 dos 76 subsetores e 58,9% dos 755 produtos investigados. Entre as atividades, a de veículos automotores, com queda de 13,9%, permaneceu exercendo a maior influência negativa na formação do índice geral, pressionada em grande parte pela redução na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 80%), com destaque para a menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para caminhões e ônibus, motores diesel para caminhões e ônibus, autopeças, automóveis e veículos para transporte de mercadorias. Vale citar também as contribuições negativas vindas de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-14,4%), alimentos (-2,9%), máquinas e equipamentos (-3,2%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-13,6%), metalurgia básica (-4,3%), edição, impressão e reprodução de gravações (-5,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%) e vestuário e acessórios (-10,6%). Nessas atividades sobressaíram, respectivamente, a menor fabricação dos itens telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia; açúcar cristal; carregadoras-transportadoras, aparelhos ou equipamentos de ar condicionado para uso central, fornos de micro-ondas, centros de usinagem para trabalhar metais, motoniveladores, aparelhos elevadores ou transportadores para mercadorias e aparelhos de ar condicionado de paredes/janelas; monitores de vídeo para computadores, impressoras e computadores; lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono; livros, revistas e jornais; motores elétricos e equipamentos de alimentação ininterrupta de energia (“no break”); e calças compridas, vestidos e camisas de malha de algodão. Por outro lado, entre as dez atividades que registraram avanço na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com os setores de outros produtos químicos (4,1%), refino de petróleo e produção de álcool (3,8%) e outros equipamentos de transporte (8,6%), impulsionados principalmente pela maior fabricação de herbicidas para uso na agricultura e tintas e vernizes para construção, no primeiro ramo, gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis, no segundo, e aviões no último.

 

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o período janeiro-outubro de 2012 confirmou o menor dinamismo para bens de capital (-11,8%) e bens de consumo duráveis (-4,3%), pressionadas especialmente pela menor fabricação de bens de capital para transporte (caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para caminhões e ônibus e veículos para transporte de mercadorias), no primeiro segmento, e de telefones celulares, motocicletas, fornos de micro-ondas, aparelhos de ar-condicionado e automóveis, no segundo. A produção de bens intermediários recuou 1,8% no índice acumulado dos dez meses de 2012, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis assinalou variação negativa de 0,3%.

 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

Ricardo Bergamini
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