Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE - Base: Julho de 2012

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Produção industrial varia 0,3% em julho

 

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Em julho de 2012, já descontadas as influências sazonais, a produção industrial apontou variação de 0,3% frente ao mês imediatamente anterior, segundo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando avanço de 0,5% no período. No confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda na produção (-2,9%), 11ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos intensa desde março/2012 (-2,3%). Com isso, o índice acumulado para os primeiros sete meses do ano registrou redução de 3,7%, abaixo do observado no fechamento do primeiro semestre do ano (-3,8%). A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 2,5% em julho de 2012, manteve a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010 (11,8%) e assinalou o resultado negativo mais intenso desde fevereiro de 2010 (-2,6%). O índice de média móvel trimestral teve variação de -0,1%.




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O setor industrial em julho prosseguiu com a ligeira melhora no seu ritmo produtivo, expresso especialmente pelo segundo resultado positivo consecutivo frente ao mês imediatamente anterior: 0,2% em junho e 0,3% em julho. Vale destacar que, mesmo com essas duas taxas positivas, o total da indústria não elimina as perdas acumuladas no período maio 12/fevereiro 12 (-2,0%) e se encontra 5,2% abaixo do patamar recorde atingido em maio do ano passado. A evolução do índice de média móvel trimestral, mesmo mantendo o comportamento predominantemente negativo desde agosto do ano passado, reforça esse momento de ligeiro ganho de dinamismo do setor industrial, já que esse indicador mostra redução no ritmo de queda nos últimos três meses: maio (-0,7%), junho (-0,4%) e julho (-0,1%).

 

Nas comparações com iguais períodos do ano anterior, a produção industrial prosseguiu apontando taxa negativa, mas em menor intensidade que nos últimos meses: o índice mensal de julho de 2012 reduziu a magnitude de queda frente aos resultados de abril, maio e junho, e o indicador acumulado no período janeiro-julho mostrou perda ligeiramente menos acentuada do que a verificada no fechamento do primeiro semestre do ano.

 

Entre os 27 ramos pesquisados, 12 registram crescimento de junho para julho

 

Na variação positiva de 0,3% da atividade industrial na passagem de junho para julho, 12 dos 27 ramos investigados apontaram crescimento na produção, com destaque para os setores de veículos automotores (4,9%), de alimentos (2,1%) e de máquinas e equipamentos (3,0%). Vale ressaltar que, com o resultado desse mês, a primeira atividade, impulsionada, sobretudo pelo aumento na produção de automóveis, assinalou a segunda taxa positiva consecutiva acumulando nesse período expansão de 8,1%, a segunda interrompeu três meses de taxas negativas que acumularam perda de 7,8%, e a última avançou 5,4% em quatro meses de resultados positivos seguidos. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de equipamentos de instrumentação médico-hospitalar, ópticos e outros (16,8%), outros produtos químicos (1,8%), borracha e plástico (3,2%) e minerais não metálicos (2,7%). Por outro lado, entre os ramos que recuaram a produção, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por produtos de metal (-6,7%), outros equipamentos de transporte (-7,4%),farmacêutica (-4,8%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-4,1%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-4,8%). Vale destacar que, com exceção do primeiro setor que mostrou recuo pelo segundo mês seguido, as demais atividades apontaram resultados positivos em junho último: 10,8%, 8,7%, 7,8% e 3,1%, respectivamente.

 

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, o avanço mais acentuado foi observado em bens de capital (1,0%), que mostrou o segundo resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 2,4%. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (0,8%) e de bens intermediários (0,5%) também assinalaram taxas positivas em julho de 2012, com o primeiro acumulando 5,7% em dois meses seguidos de crescimento na produção, e o segundo interrompendo quatro meses de queda que acumularam perda de 2,5%. Por outro lado, somente o segmento de bens de consumo semi e não duráveis(-0,6%) apontou recuo na produção nesse mês e eliminou parte do avanço registrado em junho último (1,6%).

 

Média móvel trimestral varia -0,1% em julho

 

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação negativa de 0,1% no trimestre encerrado em julho frente ao nível do mês anterior e manteve o comportamento predominantemente negativo observado desde agosto de 2011. Vale destacar que o resultado negativo desse mês foi menos intenso que os registrados em maio (-0,7%) e junho (-0,4%). Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, as taxas negativas foram assinaladas por bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%) e bens intermediários (-0,2%), que prosseguiram com as trajetórias descendentes iniciadas em março e abril últimos, respectivamente. O segmento de bens de consumo duráveis avançou 1,2% em julho frente ao patamar do mês anterior, acelerando o ritmo frente aos índices de maio (0,2%) e de junho (0,8%). O setor produtor de bens de capital, ao apontar variação de 0,2%, também mostrou taxa positiva nesse mês, a quarta consecutiva nesse tipo de indicador, acumulando nesse período expansão de 3,9%.

 

Produção industrial recua 2,9% na comparação com julho de 2011

 

Na comparação com igual mês do ano anterior, a produção industrial recuou 2,9% em julho de 2012, ritmo de queda menor que o observado em abril (-3,5%), maio (-4,4%) e junho (-5,6%). Vale citar que julho de 2012 (22 dias) teve um dia útil a mais que igual mês do ano anterior (21). Ainda assim, o índice desse mês teve perfil disseminado de resultados negativos, já que todas as categorias de uso e a maior parte (17) das 27 atividades pesquisadas mostraram redução na produção. Os ramos de veículos automotores, que recuou 12,3%, e de edição, impressão e reprodução de gravações (-22,0%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria, pressionados principalmente pela queda na fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, motores diesel para caminhões e ônibus, autopeças e chassis com motor para caminhões e ônibus, no primeiro setor, e de livros, revistas, jornais, cds e impressos diversos para fins comerciais, no segundo. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de alimentos (-5,3%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-20,0%), metalurgia básica (-4,9%), fumo (-14,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,2%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-6,7%). Em termos de produtos, as pressões negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, açúcar cristal e sucos concentrados de laranja; telefones celulares e televisores; barras, perfis e vergalhões de cobre, lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e barras de outras ligas de aço; fumo processado e cigarros; aparelhos elétricos de alarme, equipamentos de alimentação ininterrupta de energia (“no break”) emotores elétricos; e monitores de vídeo para computadores e impressoras. Por outro lado, ainda na comparação com julho de 2011, entre os dez setores que registraram taxas positivas, os principais impactos foram observados em outros produtos químicos (5,4%), máquinas e equipamentos (4,0%), farmacêutica (7,5%),refino de petróleo e produção de álcool (3,9%) e outros equipamentos de transportes (8,3%), impulsionados em grande parte pelos itens herbicidas para uso na agricultura, no primeiro ramo, refrigeradores e congeladores, no segundo, medicamentos, no terceiro, gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis, no quarto, e aviões no último.

 

Os índices por categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, assinalaram taxas negativas em julho de 2012, com bens de capital (-9,1%) registrando ritmo de queda bem superior ao do total da indústria (-2,9%), enquanto bens de consumo duráveis (-2,7%), bens de consumo semi e não duráveis (-2,3%) e bens intermediários (-1,7%) mostraram recuos menos intensos nesse tipo de comparação.

 

O setor produtor de bens de capital (-9,1%) teve seu resultado influenciado pela queda na maior parte dos seus subsetores, com destaque para o recuo de 10,6% registrado por bens de capital para equipamentos de transporte, ainda bastante pressionado pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques e chassis com motor para caminhões e ônibus. Vale citar ainda as taxas negativas verificadas em bens de capital para uso misto (-2,8%), para construção (-16,8%), fins industriais (-4,1%) e para energia elétrica (-5,4%), enquanto o subsetor de bens de capital agrícola, com variação de 0,7% em julho de 2012, apontou o único resultado positivo nessa categoria de uso no índice mensal.

 

O desempenho negativo do segmento de bens de consumo duráveis (-2,7%) nesse mês foi particularmente influenciado pela menor fabricação de motocicletas(-52,9%), pressionado especialmente pela concessão de férias coletivas em empresas do setor, telefones celulares (-33,0%) e eletrodomésticos da “linha marrom”(-9,6%). Nessa categoria de uso, os principais impactos positivos vieram da maior produção de automóveis (3,1%), eletrodomésticos da “linha branca” (34,7%) e deartigos do mobiliário (4,8%). A redução na produção da indústria de bens de consumo semi e não duráveis (-2,3%) foi influenciada em grande parte pelos resultados negativos vindos dos grupamentos de outros não duráveis (-4,5%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,1%) e de semiduráveis (-5,2%), pressionados principalmente pelos recuos na fabricação de livros, revistas, cigarros e medicamentos, no primeiro subsetor, de sucos concentrados de laranja ecarnes e miudezas de aves, no segundo, e de cds, tênis de couro, calças compridas de uso feminino e camisetas de malha, no último. Por outro lado, o subsetor decarburantes (5,7%) apontou o impacto positivo nessa categoria de uso, impulsionado, sobretudo, pela maior fabricação de gasolina automotiva, uma vez que a produção de álcool prosseguiu em queda. O setor de bens intermediários (-1,7%) foi pressionado pelos recuos na produção dos produtos associados às atividades deveículos automotores (-16,4%), alimentos (-9,6%), metalurgia básica (-4,9%), borracha e plástico (-2,8%), têxtil (-3,2%), indústrias extrativas (-1,1%) e minerais não metálicos (-1,7%), enquanto as influências positivas foram registradas por outros produtos químicos (5,7%), refino de petróleo e produção de álcool (2,7%), celulose, papel e produtos de papel (1,2%) e produtos de metal (2,1%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (2,0%), que voltou a crescer após interromper em junho (-2,5%) último 13 meses consecutivos de taxas positivas, e de embalagens (-0,8%), que apontou a sétima queda seguida nesse tipo de comparação.

Índice acumulado nos primeiros sete meses recua 3,7%

 

No índice acumulado dos sete primeiros meses de 2012, frente a igual período do ano anterior, o recuo foi de 3,7% para o total da indústria, com taxas negativas em todas as categorias de uso, 18 dos 27 ramos, 46 dos 76 subsetores e 58,8% dos 755 produtos investigados. Entre as atividades, a de veículos automotores, com queda de 17,2%, permaneceu exercendo a maior influência negativa na formação do índice geral, pressionada em grande parte pela redução na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 85%), com destaque para a menor fabricação de caminhões, automóveis, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para caminhões e ônibus, veículos para transporte de mercadorias, motores diesel para caminhões e ônibus e autopeças. Vale citar também as contribuições negativas vindas de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-17,6%), alimentos (-2,8%), metalurgia básica (-4,8%),máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,0%), máquinas e equipamentos (-2,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-11,1%), edição, impressão e reprodução de gravações (-4,8%), borracha e plástico (-4,6%), fumo (-17,4%) e vestuário e acessórios (-12,0%). Nessas atividades sobressaíram, respectivamente, a menor fabricação dos itens telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia; açúcar cristal; lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono e barras de outras ligas de aços; motores elétricos e equipamentos de alimentação ininterrupta de energia (“no break”); carregadoras-transportadoras,aparelhos ou equipamentos de ar condicionado para uso central, aparelhos de ar condicionado de paredes/janelas, aparelhos elevadores ou transportadores para mercadorias, centros de usinagem para trabalhar metais e fornos de micro-ondas; monitores de vídeo para computadores, computadores e impressoras; revistas, livros, jornais e impressos diversos para fins comerciais; pneus; fumo processado; e calças compridas, vestidos e camisas de malha de algodão. Por outro lado, entre as nove atividades que registraram avanço na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com os setores de outros produtos químicos(3,8%), refino de petróleo e produção de álcool (3,6%) e outros equipamentos de transporte (7,2%), impulsionados principalmente pela maior fabricação de herbicidas para uso na agricultura e tintas e vernizes para construção, no primeiro ramo, gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis, no segundo, e aviões no último.

 

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o período janeiro-julho de 2012 confirmou o menor dinamismo para bens de capital (-12,0%) e bens de consumo duráveis (-8,4%), pressionadas especialmente pela menor fabricação de bens de capital para transporte (caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para caminhões e ônibus e veículos para transporte de mercadorias), no primeiro segmento, e de automóveis, telefones celulares emotocicletas, no segundo. A produção de bens intermediários recuou 2,5% no índice acumulado dos sete primeiros meses de 2012, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis assinalou variação negativa de 0,5%.

 

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Ricardo Bergamini
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