Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais, do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha

pecuaria

Base: Ano de 2011

 

Abates de frangos e suínos e produção de leite e ovos crescem em 2011

 

Em 2011, o abate de frangos chegou a 5,3 bilhões de animais, um aumento de 5,6% em relação a 2010. Também foi registrado aumento de 7,2% no abate de suínos, chegando a 34,9 milhões de cabeças. A aquisição de leite, que chegou a 21,8 bilhões de litros, foi 3,9% maior do que a registrada em 2010. A produção de ovos de galinha em 2011 também aumentou em relação a 2010, com 2,7 bilhões de dúzias representando um crescimento de 4,3%.

 

Já o abate de bovinos e a aquisição de couro registraram queda em comparação com 2010. As 28,8 milhões de cabeças de gado bovino abatidas em 2011 representaram redução de 1,6% em relação ao ano anterior. No acumulado do ano, foram adquiridas 34,1 milhões de peças inteiras de couro bovino, uma queda na aquisição de 2,5% no comparativo com 2010.

 

Abate bovino em 2011 tem redução de 1,6% em relação a 2010

 

No ano de 2011, foram abatidas 28,8 milhões de cabeças de bovinos, queda de 1,6% em relação a 2010 (Gráfico 1). Os elevados preços da carne bovina no mercado interno e o aumento do consumo das carnes de suínos e de aves indicam que o consumidor pode ter substituído parcialmente o consumo da carne bovina por carnes com preços mais acessíveis. A queda nas exportações devido à crise econômica na Europa, à desaceleração econômica global e a necessidade de reposição do rebanho nacional são outros fatores que contribuíram para este resultado.

 

A participação das vacas no abate total de bovinos foi 3,6% maior que em 2010. Após quatro anos de redução no volume de abate, as condições climáticas, que prejudicaram pastagens em regiões importantes, levaram produtores a abater mais fêmeas para compensar o baixo peso de animais machos prontos para abate.

 

Entre as Unidades da Federação, Mato Grosso continuou sendo o principal abatedor de bovinos, apresentando crescimento de 9,6% do abate no período 2011/2010.

 

Abate de frangos tem aumento de 5,6% na comparação com 2010

 

Em 2011, foram abatidos 5,3 bilhões de frangos, indicando aumento de 5,6% em relação a 2010. A Região Centro-Oeste foi a principal abatedora de frangos em 2011, seguida pelas Regiões Sul e Sudeste. Entre as Unidades da Federação, os principais abatedores são Paraná (26,3%), Santa Catarina (18,0%), Rio Grande do Sul (14,5%), São Paulo (14,5%), Minas Gerais (6,9%) e Goiás (6,1%).

 

Região Sul se mantém como principal produtora de suínos

 

Em 2011, foram abatidos 34,9 milhões de suínos, aumento de 7,2% em relação ao ano anterior. A Região Sul continuou sendo a principal região abatedora de suínos em 2011, respondendo por 65,9% do abate nacional. Santa Catarina liderou com 26,4% do abate nacional de suínos, seguida do Rio Grande do Sul (18,0%) e Paraná (16,6%). O Paraná se destacou pelo maior crescimento entre as Unidades da Federação frente a 2010, tendo abatido 1,2 milhões de cabeças a mais, um crescimento de 22,2%.

 

Aquisição de leite em 2011 é 3,9% maior do que a de 2010

 

A aquisição de leite cru no ano de 2011 chegou a 21,8 bilhões de litros, 3,9% maior do que a registrada em 2010, com crescimento registrado em todos os meses do ano, à exceção de Julho (-0,3%). Do total de leite adquirido em 2011, a maior parte (93,0%) foi adquirida por estabelecimentos inspecionados com inscrição federal.

 

Entre as Unidades da Federação, Amazonas e Sergipe tiveram o maior crescimento percentual da aquisição, respectivamente 190,6% e 46,4%, embora suas produções sejam pouco representativas em termos nacionais. Roraima, por sua vez teve queda da aquisição de 32,8%.

 

Em 2011, foram exportadas ao todo 5,610 mil toneladas de leite in natura. No comparativo com o ano anterior tem-se queda de 36,3% no volume comercializado e 24,6% no faturamento. Já a comercialização de leite em pó no acumulado do ano de 2011 teve queda de 26,6% em volume frente àquela registrada em 2010. O faturamento teve queda de 24,5% no mesmo período em comparação.

 

Aquisição de couro bovino cai 2,5% em relação a 2010

 

No ano de 2011, foram adquiridas 34,1 milhões de peças inteiras de couro bovino, representando queda na aquisição de 2,5% no comparativo com o ano anterior. Em todos os trimestres de 2011 houve queda na aquisição total de couro, comparada a 2010, exceto no 1º trimestre, quando houve aumento de 3,4%.

 

No 1º trimestre registrou-se a maior aquisição de couro tanto para curtimento próprio quanto para a prestação de serviços (25,7% do total adquirido no ano). Do total de couro adquirido, 63,7% tiveram origem de matadouros frigoríficos, 26,8% foram recebidos para a prestação de serviço de curtimento a terceiros. O restante veio de intermediários salgadores (6,8%), matadouros municipais (1,8%), e outros curtumes e outras origens, com 0,4% cada uma individualmente.

 

A quantidade total de couro cru inteiro de bovinos em 2011 foi 18,5% superior ao total de animais abatidos, apurado pela Pesquisa Trimestral do Abate. Esta diferença, equivalente a 5,327 milhões de cabeças, corresponde à quantidade de animais abatidos em estabelecimentos não inspecionados cujos couros foram destinados aos curtumes. Essa diferença, que em décadas passadas era superior a 30%, vem caindo nos últimos anos devido à maior fiscalização e formalização da cadeia produtiva.

 

Mato Grosso foi o estado que mais aumentou a aquisição total de couro, sendo este aumento superior à diferença anual. Tocantins também aumentou a aquisição do produto sendo responsável por uma participação na diferença anual de 33,7%. Por outro lado, São Paulo reduziu significativamente as compras de couro no período em comparação, bem como Paraná, Bahia e Goiás.

 

Produção de ovos de galinha registra aumento de 4,3% em relação a 2010/

 

A produção de ovos de galinha no ano de 2011 foi 4,3% maior do que a registrada em 2010. Houve o registro de produção de 2,7 bilhões de dúzias do produto. A produção manteve-se crescente em todos os meses do ano, apresentando maior variação positiva em dezembro (7,0%). Mato Grosso foi responsável por 32,2% do crescimento registrado entre 2011 e 2010. O Paraná participou com 28,2% deste crescimento, enquanto que o Amazonas teve decréscimo que representou -6,3% da diferença.

 

Abate de bovinos no 4º trimestre chegou a 7,4 milhões de cabeças

 

No 4° trimestre de 2011 foram abatidas 7,4 milhões de cabeças de bovinos, registrando aumentos de 1,0% em relação ao trimestre anterior e de 2,3% em comparação ao mesmo trimestre de 2010. O peso acumulado de carcaças (1,8 milhão de tonelada) foi superior 0,2% ao registrado no 3º trimestre de 2011, e superior 3,7% ao registrado no mesmo trimestre do ano anterior.

 

Mato Grosso, com 21,6% de aumento no abate em relação ao 4º trimestre de 2010, continuou sendo a Unidade da Federação com o maior número de cabeças de bovinos abatidas, seguida por Mato Grosso do Sul e São Paulo.

 

Abate de frangos registra queda de 1% em relação ao 3º trimestre de 2011

 

No 4° trimestre foram abatidas 1,3 bilhão de cabeças de frangos, queda de 1% em relação ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 4,5% em relação ao 4° trimestre de 2010. O peso acumulado das carcaças (2,9 milhões de toneladas) foi 1,6% inferior aos registrados no 3° trimestre de 2011 e 5,4%superior registrado no 4° trimestre de 2010.

 

Os três estados do Sul somaram 60,8% do abate nacional. Rio Grande do Sul registrou aumento de cerca de 20 milhões de frangos abatidos no comparativo do 4º trimestre de 2011 com o trimestre anterior. O Sudeste registrou 23,5% do volume abatido. Minas Gerais também abateu cerca de 20 milhões de cabeças a mais no período.

 

Abate de suínos tem aumento de 8,2% sobre o 4º trimestre de 2010

 

No 4° trimestre de 2011 foram abatidas 9,0 milhões de cabeças de suínos, representando queda de 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior e aumento de 8,2% em relação ao 4° trimestre de 2010. O peso das carcaças produzidas (872,6 mil toneladas) foi 0,5% inferior ao do trimestre anterior, e 11,0% superior na comparação com o mesmo período de 2010.

 

A Região Sul respondeu por 65,0% de todo abate nacional de suínos no 4° trimestre de 2011. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná abateram, respectivamente, 25,4; 20,6% e 19,0% do total nacional. Todas as Unidades das Federações das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram aumento no abate de suínos, exceto o Espírito Santo.

 

Aquisição de leite no trimestre é maior do que no 3º trimestre de 2011 e no 4º de 2010

 

A aquisição de leite no 4º trimestre de 2011 foi de 5,9 bilhões de litros, aumento tanto com relação ao 4º trimestre de 2010 e ao 3º trimestre de 2011, respectivamente de 5,4% e de 10,7%. Da quantidade adquirida, a grande maioria foi feita por estabelecimentos federais (92,9%). O principal estado em aquisição de leite foi Minas Gerais com 24,8% de participação nacional. O Rio Grande do Sul adquiriu 15,3% de todo o leite negociado no período, ultrapassando São Paulo (11,6%). A aquisição de Paraná foi de 11,3%, aproximando-se da de São Paulo.

 

Aquisição de couro registra quedas no 4º trimestre

 

A aquisição de peças de couro inteiro de bovino foi de 8,3 milhões no 4º trimestre de 2011, indicativo de quedas de 0,2% e de 1,3% respectivamente ao 4º trimestre de 2010 e ao 3º trimestre de 2011. Os estados que mais compram couro para curtimento (inclusive para prestação de serviços) são: Mato Grosso com 18,5% da participação nacional, São Paulo com 13,0% e Rio Grande do Sul com 12,0%.

 

Produção de ovos no trimestre foi maior do que no anterior e no 4º trimestre de 2010

 

A produção de ovos de galinha foi de 659,0 milhões no 4º trimestre de 2011, aumento de 6,0% em relação ao 4º trimestre de 2010 houve e com relação ao 3º trimestre de 2011 registrou-se aumento de 1,4%. O maior aumento ocorreu no Centro-oeste do país (31,1%), sendo influenciado pelo aumento ocorrido, sobretudo, em Mato Grosso (23,9%). Outra região de crescimento significativo foi a Sul, com aumento de 27,1% alavancado pelos incrementos de produção de 18,0% no Paraná e de 9,3% em Santa Catarina. No Nordeste o aumento foi de 22,6% justificado pelo aumento na Bahia de 14,9%.

 

 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

 

Ricardo Bergamini
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