Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE - Base: Setembro de 2011

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 Produção industrial tem queda de 2,0% em setembro 

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Em setembro de 2011, já descontadas as influências sazonais, a produção industrial teve queda de 2,0% na comparação setembro/agosto, após ficar praticamente estável nos dois últimos meses (variações de -0,1% no mês anterior e 0,3% em julho). Na comparação com igual mês do ano anterior, o total da indústria recuou 1,6% em setembro deste ano, menor marca desde abril último (-1,7%), e avançou 1,1% no índice acumulado dos nove meses do ano. No fechamento do 3º trimestre de 2011, o setor industrial repetiu o patamar de produção do período julho-setembro do ano passado (0,0%), mas apontou sinais de diminuição no ritmo produtivo, ao passar de uma expansão de 1,3% nos três primeiros meses do ano para -0,6% no trimestre seguinte e -0,8% no terceiro trimestre – série com ajuste sazonal. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, em trajetória descendente desde outubro do ano passado (11,8%), recuou 0,7 ponto percentual na passagem de agosto (2,3%) para setembro (1,6%).

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O resultado de setembro de 2011 acentuou a redução no ritmo da atividade fabril, ao registrar queda de 2,0% frente a agosto, após ficar praticamente estável nos dois últimos meses. Esse movimento se deu de forma generalizada, atingindo a maioria (16) dos 27 ramos industriais e três das quatro categorias de uso, mas que foi mais intenso nos setores associados à produção de bens de consumo duráveis (automóveis) e de bens de capital (caminhões). A evolução do índice de média móvel trimestral reforça o quadro de menor dinamismo do setor industrial nesse mês, uma vez que aumenta a intensidade de queda entre os meses de agosto e setembro. Ainda na série com ajuste sazonal, índice trimestre contra trimestre imediatamente anterior, a produção industrial também apontou sinais de diminuição no ritmo produtivo, ao passar de uma expansão de 1,3% nos três primeiros meses do ano para -0,6% no trimestre seguinte e -0,8% no terceiro trimestre. Esse menor dinamismo na produção também foi observado nos indicadores acumulado no ano e nos últimos doze meses que permaneceram com índices positivos, mas com clara redução no ritmo de crescimento frente aos resultados de meses anteriores.

 

Entre os ramos, 16 apresentam queda

 

A queda de 2,0% da atividade industrial na passagem de agosto para setembro teve perfil disseminado de taxas negativas, alcançando a maioria (16) dos 27 ramos pesquisados e três das quatro categorias de uso. Entre os setores, o principal impacto negativo sobre a média geral veio de veículos automotores (-11,0%), pressionado em grande parte pela concessão de férias coletivas que atingiu várias empresas do setor. Outras influências negativas relevantes sobre o total da indústria vieram dos ramos: produtos do fumo (-30,6%), devolvendo parte do crescimento de 51,5% assinalado no mês anterior, material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-13,6%), máquinas e equipamentos (-4,1%), edição e impressão (-5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,0%) e outros equipamentos de transporte (-4,5%). Por outro lado, entre as atividades que ampliaram a produção, os desempenhos de maior importância para o resultado global foram observados em alimentos (3,3%), outros produtos químicos (4,2%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (9,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (2,1%).

 

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis (-9,0%) e bens de capital (-5,5%) apontaram os recuos mais acentuados em setembro de 2011, com o primeiro acumulando perda de 12,8% nos dois últimos meses de queda na produção, e o segundo eliminando o ganho de 3,0% acumulado entre junho e agosto. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-1,3%) também mostrou queda na produção, após registrar índice negativo em agosto (-0,9%). O setor produtor de bens intermediários repetiu o patamar do mês anterior (0,0%), após recuar 2,2% entre agosto e maio, e foi o único que não assinalou resultado negativo nesse mês.

 

Média móvel trimestral varia -0,6%

 

Na evolução do índice de média móvel trimestral, o total da indústria recuou 0,6% entre agosto e setembro, acelerando o ritmo de queda frente ao resultado do mês anterior (-0,3%). Por categorias de uso, com exceção de bens de consumo semi e não duráveis, que mostrou acréscimo de 0,3% em setembro, os demais segmentos assinalaram taxas negativas, com destaque para bens de consumo duráveis, que apontou a maior queda entre agosto e setembro (-3,3%). Os setores produtores de bens de capital e de bens intermediários registraram perdas de 0,9% e 0,2%, respectivamente.

 

Na comparação com setembro/2010, produção industrial recua 1,6%

 

Na comparação setembro de 2011 / setembro de 2010, a produção industrial mostrou queda de 1,6%, revertendo o crescimento de 2,0% verificado em agosto. O índice de setembro foi pressionado negativamente pelo recuo em duas das quatro categorias de uso, 14 dos 27 ramos, 43 dos 76 subsetores e 53% dos 755 produtos pesquisados. Entre os setores, as maiores influências negativas sobre a taxa global vieram, por ordem de importância, de veículos automotores (-6,4%), farmacêutica (-14,8%), têxtil (-16,7%), edição e impressão (-8,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,6%), vestuário e acessórios (-11,9%) e calçados e artigos de couro (-10,8%). Entre esses ramos, os itens de maior destaque foram, respectivamente, automóveis; medicamentos; tecidos, toalhas de banho e fios de algodão; livros e jornais; transformadores, motores elétricos e fios, cabos e condutores elétricos; camisas de malha de uso masculino e calcinhas e sutiãs de malha; e calçados de material sintético e tênis de couro. Por outro lado, os impactos positivos mais relevantes sobre a média geral vieram de alimentos (3,3%), refino de petróleo e produção de álcool (3,8%), bebidas (4,7%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (8,9%), impulsionados pela maior fabricação de açúcar cristal no primeiro ramo, gasolina automotiva no segundo, cervejas, chope e refrigerantes, no terceiro, e monitores de vídeo, computadores e terminais de auto-atendimento bancário, no último.

 

Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano passado, o segmento de bens de consumo duráveis (-9,5%) apontou o recuo mais elevado em setembro de 2011, pressionado em grande parte pela menor produção de automóveis (-22,3%), influenciado principalmente pela concessão de férias coletivas em várias empresas do setor, e de telefones celulares (-19,8%). Nessa categoria de uso, os principais resultados positivos vieram da maior fabricação de eletrodomésticos (16,8%), especialmente os da “linha marrom” (35,2%), uma vez que os da “linha branca” (1,8%) assinalaram crescimento mais moderado, motocicletas (0,6%) e de artigos do mobiliário (2,7%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis (-2,3%) também mostrou queda acima da média global (-1,6%) e foi negativamente influenciada pelos recuos observados nos grupamentos de não duráveis (-7,9%) e de semiduráveis (-10,5%), explicados sobretudo pela redução na produção dos itens livros e medicamentos, no primeiro grupo, e de calçados de material sintético, toalhas de banho de algodão e tênis de couro, no segundo. Os subsetores de carburantes (11,7%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (1,2%) registraram os resultados positivos nessa categoria de uso, impulsionados principalmente pela maior fabricação de gasolina automotiva e de cervejas e chope, respectivamente.

 

Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, os segmentos produtores de bens intermediários (0,3%) e de bens de capital (0,2%) assinalaram ligeiro avanço na produção em setembro de 2011. No primeiro setor, as influências positivas mais relevantes vieram da maior fabricação dos produtos associados às atividades de alimentos (9,6%), metalurgia básica (1,5%), minerais não metálicos (3,1%) e veículos automotores (3,2%), enquanto os impactos negativos foram verificados em têxtil (-15,9%), borracha e plástico (-3,8%), indústrias extrativas (-1,4%) e refino de petróleo e produção de álcool (-0,8%). Nessa categoria de uso, vale citar também os resultados vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (3,9%), que assinalou a quinta taxa positiva consecutiva, e de embalagens (-0,4%). O acréscimo de 0,2% observado no segmento de bens de capital frente a setembro de 2010 foi impulsionado em grande parte pelo crescimento no subsetor de bens de capital para equipamentos de transporte (7,0%) e, em menor escala, por bens de capital para fins industriais (5,5%). Nesses subsetores sobressaíram a maior fabricação dos itens caminhões, chassis com motor para caminhões, aviões e caminhão-trator para reboques, no primeiro grupamento, e máquinas e equipamentos para indústria de celulose, centros de usinagem para trabalhar metais, fornos industriais e brocas para perfuração, no segundo. Por outro lado, bens de capital para energia elétrica (-16,3%), agrícolas (-18,9%), para uso misto (-2,1%) e para construção (-7,2%) exerceram os impactos negativos no total da categoria de uso.

 

Produção permanece estável (0,0%) no 3º trimestre

 

No corte trimestral, observa-se que o setor industrial, ao mostrar crescimento nulo (0,0%) no terceiro trimestre do ano, prosseguiu com a trajetória descendente iniciada no primeiro trimestre de 2010 (18,2%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Vale destacar que esse resultado interrompeu sete trimestres seguidos de taxas positivas nesse tipo de confronto. Entre as categorias de uso, os segmentos de bens de consumo duráveis, que passou de -1,0% no segundo trimestre do ano para -2,2% no terceiro, de bens intermediários (de 0,5% para -0,4%) e de bens de consumo semi e não duráveis (que permaneceu com -0,1% nos dois trimestres) apontaram taxas negativas no terceiro trimestre do ano, enquanto bens de capital (de 2,6% para 4,1%) foi o único segmento que permaneceu assinalando expansão na produção entre os dois períodos.

 

No acumulado de 2011, 17 setores apresentam crescimento

 

O índice acumulado para os nove meses do ano, frente a igual período de 2010, mostrou avanço de 1,1% para o total da indústria, com a maior parte (17) dos 27 setores pesquisados apontando taxas positivas. A atividade de veículos automotores (4,3%) permaneceu com o impacto positivo mais significativo sobre a média global, influenciada em grande parte pela expansão em 67% dos produtos investigados no setor, seguida por outros equipamentos de transporte (10,5%), edição e impressão (4,7%), minerais não metálicos (4,2%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5,5%), máquinas e equipamentos (1,7%), equipamentos médico-hospitalares, ópticos e outros (11,7%), indústrias extrativas (2,0%), produtos de metal (3,2%) e fumo (15,0%). Em termos de produtos, os destaques nesses ramos foram: caminhões, veículos para transporte de mercadorias e caminhão-trator; aviões e motos; livros e revistas; ladrilhos e placas de cerâmica e cimentos “portland”; telefones celulares; fornos microondas, máquinas e equipamentos para indústria de celulose, aparelhos carregadoras-transportadoras e motoniveladores; relógios; minérios de ferro; estruturas de ferro e aço; e fumo processado. Por outro lado, os ramos de produtos têxteis (-14,6%), outros produtos químicos (-2,8%) e calçados e artigos de couro (-8,9%) exerceram as contribuições negativas mais relevantes sobre o total da indústria, pressionados principalmente pelos itens toalhas de banho, tecidos e fios de algodão; herbicidas para uso na agricultura; e calçados de material sintético e tênis e calçados de couro, respectivamente.

 

Entre as categorias de uso, ainda no índice acumulado no ano, os resultados permaneceram positivos com o segmento de bens de capital (5,0%) confirmando o maior dinamismo em 2011, ao apontar crescimento bem acima do total da indústria (1,1%), sustentado em grande parte pela maior produção de bens de capital para equipamentos de transporte. Os setores produtores de bens intermediários (0,6%), de bens de consumo duráveis (0,5%) e de bens de consumo semi e não duráveis (0,3%) registraram os avanços mais moderados entre as categorias de uso.

 

 

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Ricardo Bergamini

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