Formas de Capitalismo

Ricardo Bergamini

O capitalismo comercial e o financeiro estimularam a criação e a introdução do maquinismo e dos progressos técnicos e científicos. É a chamada Revolução Industrial (1). Sobrevém a concentração operária e industrial. Nasce, assim, a grande indústria e, com ela, o Capitalismo Industrial.

A Revolução Industrial deu origem à urbanização da sociedade ocidental, ao enorme aumento da população e ao aparecimento de duas novas classes: uma alta burguesia (industrial e financeira) e um proletariado numeroso, que se tornará organizado e forte.

O capitalismo industrial, por sua vez, reforçou o capitalismo financeiro. A produção industrial – que se expande desde de 1860 – tornou-se a base da atividade comercial e financeira.

No capitalismo financeiro, destaca-se, hoje, a alta burguesia: banqueiros e magnatas da indústria do comércio. Tendo acumulado imensos capitais, o capitalismo financeiro organizou-se em trustes e cartéis, com o fim de restringir ou eliminar a concorrência mercantil. E acabou dominando os outros dois capitalismos (o comercial e o industrial).

A grande indústria – causa e conseqüência do capitalismo industrial – apresenta as seguintes características:

- É técnica e científica (inventos; aperfeiçoamentos técnicos; manutenção de laboratórios; investigações de sábios; descobrimentos científicos).

- É maquinista (o trabalho manual é substituído pelo trabalho mecânico).

- Acentua a divisão do trabalho (repartição de tarefas, em virtude da complexidade do processo fabril).

- Concentram-se (ao redor dos centros de matérias-primas e da produção).

- Produz em série (produtos iguais).

- Produz em grande escala (o que barateia os produtos e aumenta o número dos consumidores).

- Requer grande capital (pela complexidade do processo e do alto preço do maquinário e das instalações). Daí surgirem as sociedades anônimas (com centenas de milhares de acionista).

- É mundial (fábricas em todos os países e regiões).

- Tende ao imperialismo econômico (domínio de regiões produtoras de matérias-primas e conquista de mercados de consumidores).


(1) – “Revolução” é termo, já consagrado, de Toynbee. Outros preferem a definição, mais exata, de William Ashley: “rápida e irresistível evolução”.

 

O autor é Professor de Economia

 

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