Causas da I Guerra Mundial

Ricardo Bergamini

Nacionalismo

Patriotismos raciais: ódios acumulados; agitações nacionalistas; reivindicações territoriais. Manifestações mais importantes: as aspirações a uma Grande Sérvia; o pan-eslavismo da Rússia; o anelo de “revanche” da França (desforra de 1870; reivindicação da Alsácia e Lorena); orgulho nacionalista alemão (Deutschland über Alles); pan-germanismo da Alemanha; as reivindicações italianas (“Itália irredenta”); rivalidades políticas: Áustria x Sérvia, França x Alemanha, Rússia x Turquia, Itália x Áustria, etc.

Militarismo e “Paz Armada”

Manutenção de grandes exércitos e frotas poderosas; orçamentos com gigantescas verbas militares; clima de inquietação e agressividade.

Políticas de Alianças

Blocos antagônicos: Tríplice Aliança x Tríplice Entente. Clima de insegurança e de receios.

Diplomacia Secreta

Tratados secretos (com fortes obrigações militares), desconhecidos do povo e mesmo dos parlamentares.

Política Imperialista

Ambições russas nos Bálcãs; Alemanha: “Drang nach Osten” (Marcha para o leste) e ambições coloniais; “Rule, Britannia”: símbolo do domínio inglês nos mares.

Imperialismo Econômico

Luta pelos mercados de consumo. Rivalidade industrial entre a Inglaterra e a Alemanha. Estrada de ferro Berlim-Bagdá (de alemães e austríacos), que provoca a oposição da Rússia, Inglaterra e França (por motivos políticos e econômicos).

Crises Diplomáticas

Tânger (1905); A Áustria anexa duas províncias turcas, Bósnia e Herzegovina, povoadas por eslavos (1908); Agadir (1911); A Áustria proíbe a anexação da Albânia à Sérvia (1913).

Guerras Recentes

A Itália vence a Turquia (1912) e conquista a Tripolitânia e a Cirenaica; A coligação Grécia-Sérvia-Bulgária-Montenegro vence facilmente a Turquia (1912) e conquista a Macedônia; A Sérvia (com o apoio de: Grécia, Montenegro, Romênia e Turquia) vence rapidamente a Bulgária (1913).

Causa Imediata da I Guerra Mundial

A faísca que acendeu o estopim: Assassínio do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono imperial austro-húngaro – em Sarajevo, capital da Bósnia, a 28 de junho de 1914.

Cronologia do Desencadeamento da I Guerra Mundial

28 de junho: Assassínio do arquiduque Francisco Fernando; 23 de julho: Ultimato da Áustria à Sérvia; 25 de julho: Resposta conciliadora da Sérvia; 28 de julho: Gestão conciliadora da Inglaterra. A Áustria-Hungria declara guerra à Sérvia; 29 de julho: Apelo da Alemanha à Rússia para localização do conflito; 30 de julho: A Rússia ordena a mobilização geral; 31 de julho: Ultimato da Alemanha à Rússia, exigindo que suspenda a mobilização; 1 de agosto: A Alemanha declara guerra à Rússia. Ultimato da Alemanha à França, exigindo que declare as suas intenções. A França, responde que agirá “de acordo com os seus interesses” e decreta a mobilização; 3 de agosto: A Alemanha declara guerra à França. A Alemanha invade a Bélgica; 4 de agosto: Ultimato da Inglaterra à Alemanha para que respeite a neutralidade belga. A Alemanha prossegue na invasão da Bélgica; 5 de agosto: A Inglaterra declara guerra à Alemanha.

Característica da Guerra

Duração: mais de 4 anos –28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918.

Os “aliados” (França, Inglaterra e Rússia; depois Itália e Romênia; finalmente: Estados Unidos) mobilizam 42 milhões de soldados. As “potências centrais” (Alemanha, Áustria-Hungria; depois: Turquia e Bulgária) mobilizam 23 milhões de soldados.

Guerra de trincheiras. Bloqueio. Guerra submarina. Uso de gases asfixiantes, metralhadoras, lança-chamas, balas explosivas, canhões de longo alcance, tanques, aviação.

Fases e episódios essenciais

Na frente ocidental: A primeira guerra de movimentos (1914): batalhas do Marne e do Yser; A guerra de trincheiras (1915-1917). A Itália entra na guerra (1915). Verdun (1916). Os Estados Unidos entram na guerra (1917).

Na frente oriental: Os russos avançam, mas são derrotados por Hindenburg (1914) em Tannenberg e nos Lagos Masurianos; Alemães e austríacos tomam a Polônia e a Lituânia (1915); Revolução russa (1917); Paz de Brest-Litovsk (março de 1918). A Rússia entrega aos alemães: Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia.

 

 

O autor é Professor de Economia.

Para comentar você deverá estar logado.