Pesquisa Anual de Serviços – Fonte IBGE - Base: Ano de 2009
- Qua, 31 de Agosto de 2011
- Seção:
- Categoria: Ricardo Bergamini
PAS 2009: Setor de serviços gerou receita de R$ 745,4 bilhões em 2009
Em 2009, as 918,2 mil empresas de serviços não financeiros no país geraram uma receita operacional líquida (diferença entre a receita bruta e o pagamento de impostos, abatimentos, descontos e vendas canceladas) de R$ 745,4 bilhões e um valor adicionado (o valor bruto da produção menos o consumo intermediário) de R$ 418,1 bilhões. Elas ocupavam 9,7 milhões de pessoas e pagaram R$ 143,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. As informações são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2009.
As empresas desse setor com 20 ou mais pessoas ocupadas (chamadas de estrato certo, pois todas são objetos da pesquisa) somavam 50,6 mil, 5,5% do total, representaram 78,7% da receita operacional líquida (R$ 586,3 bilhões), 75,2% do valor adicionado, 77,4% dos salários, retiradas e outras remunerações e 65,8% do pessoal ocupado.
Entre as grandes regiões, as empresas de serviços da Região Sudeste se destacaram em todas as variáveis pesquisadas pela PAS em 2009. Elas foram responsáveis por 66,4% da receita bruta de prestação de serviços; 60,7% do total de pessoal ocupado; 67,2% da massa de salários e outras remunerações pagas e por 60,2% do número de empresas.
Serviços administrativos concentraram 40,2% do pessoal ocupado e 34,3% da massa salarial
Apesar dos “serviços prestados principalmente às famílias” terem o maior número de empresas dentro do âmbito da PAS (288.286 empresas, ou 31,4% do total), os “serviços profissionais, administrativos e complementares” responderam pela maior parcela do pessoal ocupado (3,89 milhões de pessoas, ou 40,2% do total), da massa salarial (R$ 49,3 bilhões, ou 34,3%) e do valor adicionado no setor de serviços (R$ 133,5 bilhões de valor adicionado, ou 31,9% do total).
Os “serviços de informação e comunicação”, que registraram a maior receita operacional líquida (R$ 214,4 bilhões), os “serviços dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio” (R$ 208,4 bilhões) e os “serviços profissionais, administrativos e complementares” (R$ 188,3 bilhões) foram responsáveis por, respectivamente, 28,8%, 28,0% e 25,3% da receita operacional líquida total. Esses três segmentos, em conjunto, representaram 82,1% do total da receita operacional líquida gerada pelo setor de serviços não financeiros, em 2009.
Alimentação gerou R$ 45,5 bilhões de receita operacional líquida
No segmento dos “serviços prestados principalmente às famílias”, os “serviços de alimentação” (187.041 empresas, ou 64,9% do total do segmento) foram responsáveis pela maior parte da receita operacional líquida (R$ 45,5 bilhões, ou 65,0%), ocupação de pessoal (1,27 milhões de pessoas, ou 62,1%) e massa de salários, retiradas e outras remunerações (R$ 10,6 bilhões, ou 59,7%). Já os “serviços de alojamento” apresentaram a maior média de ocupação do segmento (12 pessoas por empresa, contra 7 da média do grupo) e o maior salário médio (1,7 salário mínimo, contra 1,4 salário mínimo da média do grupo).
As “atividades culturais, recreativas e esportivas” se destacaram na produtividade de seu pessoal ocupado (R$ 24,8 mil por pessoa), seguidas pelos “serviços de alojamento” (R$22,8 mil). A média de produtividade do segmento foi de R$ 18,6 mil por pessoa. As “atividades de ensino continuado” registraram a menor produtividade do grupo (R$ 15,7mil por pessoa).
Telecomunicações se destacaram entre os serviços de informação e comunicação
No segmento dos “serviços de informação e comunicação”, a atividade de “tecnologia da informação” destacou-se no tocante ao número de empresas (67,3%), de pessoas ocupadas (49,6%) e ao total de salários, retiradas e outras remunerações pagos (50,1%). Já a atividade de “telecomunicações”, caracterizada por empresas de grande porte e intensivas em capital, foi responsável pela maior parcela da receita operacional líquida deste segmento (59,7%), maior média de pessoal ocupado por empresa (43, enquanto a média do grupo é de 10 pessoas por empresa); o maior salário médio mensal (6,9 salários mínimos, contra uma média de 5,8 salários mínimos do segmento); e a maior produtividade (R$ 396,6 mil).
Seleção e agenciamento de mão de obra empregaram quase dez vezes a média do segmento
No grupo dos “serviços profissionais, administrativos e complementares”, a média de pessoal ocupado foi de 14 pessoas por empresa, com destaque para os serviços de “seleção, agenciamento e locação de mão de obra”, que apresentaram média de 137 pessoas ocupadas, os “serviços de investigação, vigilância, segurança e transporte de valores”, com 136 pessoas e os “serviços para edifícios e atividades paisagísticas”, com 79 pessoas.
Já a atividade de “serviços técnico-profissionais” teve a maior participação entre as empresas do segmento (53,1%), além de ter se destacado na receita operacional líquida (43,5%), na massa de salários, retiradas e outras remunerações (31,3%), no salário médio mensal (3,3 salários mínimos, contra uma média de 2,1 salários mínimos do segmento) na produtividade média (R$ 69,2 mil, mais que o dobro da média do grupo, que foi de R$ 34,3 mil). A atividade foi a segunda em participação no total de pessoas ocupadas do segmento, com 19,8%, logo atrás dos “Serviços para edifícios e atividades paisagísticas”, que ficaram com 20,9%.
Transporte rodoviário teve a maior participação no seu segmento em todas as variáveis
No segmento de “serviços de transporte, serviços auxiliares aos transportes e correio”, a atividade de “transporte rodoviário” destacou-se com a maior participação em todas as variáveis investigadas: número de empresas (80,5%); pessoal ocupado (67,0%); receita operacional líquida (53,8%); e salário (50,8%). O “transporte rodoviário de cargas” respondeu por 78,6% do número de empresas, 52,6% do total de pessoal ocupado, 66,0% da receita operacional líquida e 51,3% do total de salários pagos. O “transporte rodoviário de passageiros”, por sua vez, representou 21,4% do número de empresas, 47,4% do pessoal ocupado, 34,0% da receita operacional líquida e 48,7% dos salários.
A atividade de “serviços de transportes ferroviário e metroviário” registrou a maior média de pessoal ocupado por empresa (1.099). Já os “serviços de transporte dutoviário” registraram o maior salário médio mensal (18,2 salários mínimos) e a maior produtividade do agrupamento (R$ 571,2 mil, contra uma média de R$ 48,1 mil).
Compra e venda de imóveis teve a maior produtividade das atividades imobiliárias
No segmento das “atividades imobiliárias”, a atividade de “compra e venda de imóveis próprios” se destacou na participação da receita operacional líquida (67,0%) e do número de empresas (53,6%), além de ter registrado o maior salário médio (3,5 salários mínimos) e a maior produtividade (R$ 178,5 mil). A participação no total dos salários pagos foi quase igual entre as duas atividades: a “compra e venda de imóveis próprios” ficou com 48,7% e a “intermediação na compra, venda e aluguel de imóveis”, com 51,3%.
Manutenção de veículos ocupou 229 mil pessoas e pagou R$ 2,11 milhões em remunerações
No segmento de “serviços de manutenção e reparação”, destacou-se, em 2009, a atividade de “manutenção e reparação de veículos”, que teve a maior participação na receita operacional líquida (49,6%), salários (52,5%), pessoal ocupado (58,4%) e número de empresas (58,9%). Suas 53.587 empresas auferiram R$ 6,0 milhões de receita operacional, ocuparam 229,2 mil pessoas e pagaram R$ 2,1 milhões em salários, retiradas e outras remunerações. Já a atividade de “manutenção e reparação de equipamentos de informática e comunicação” se destacou pelo salário médio mensal (2,3 salários mínimos mensais, contra a média do segmento de 1,7 salários mínimos) e pela produtividade (R$ 31,7 mil, contra a média de R$ 19,4 mil do segmento).
Seguros e previdência complementar tiveram maior produtividade em seu grupo
No grupamento das “outras atividades de serviços”, os “serviços auxiliares financeiros, dos seguros e da previdência complementar” destacam-se das demais atividades ao apresentar o maior número de empresas (67,9%), a maior massa de salários pagos (54,9%), a maior receita operacional líquida do segmento (63,3%), uma média mensal de 4,9 salários mínimos contra 3,1 salários do segmento e, ainda, uma produtividade média de R$ 114,0 mil frente à média de R$ 58,8 mil do conjunto das atividades. Já no tocante ao número de pessoas ocupadas o destaque coube à atividade de “esgoto, coleta, tratamento e disposição de resíduos e recuperação de materiais” a maior participação no segmento 49,6% ou seja, 205.616 pessoas, uma média de 46 pessoas ocupadas frente à média do segmento, de 15 pessoas por empresa.
Sudeste concentrava 66,4% da receita bruta de serviços e 67,2% da massa de salários
As empresas de serviços da região Sudeste (a mais populosa e industrializada do Brasil) destacaram-se em todas as variáveis pesquisadas pela PAS, em 2009. Elas foram responsáveis por 66,4% da receita bruta de prestação de serviços; 60,7% do total de pessoal ocupado; 67,2% da massa de salários e outras remunerações pagas e por 60,2% do número de empresas.
As empresas da região Sul responderam por 14,1% da receita bruta de prestação de serviços; 15,5% do total de pessoas ocupadas; 13,6% dos salários e outras remunerações pagas e por 21,6% do total de empresas. A região Nordeste apresenta participação um pouco menor: 9,8% da receita bruta; 13,8% do pessoal ocupado em 31.12; 10,2% dos salários pagos e 10,2% do número de empresas.
Com menor densidade populacional e empresarial, as regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram, respectivamente, participação de 6,9% e 2,8% na receita bruta de prestação de serviços; 7,0% e 3,0% no total de pessoal ocupado; 6,6% e 2,4% da massa de salários pagos; e 6,5% e 1,5% no tocante ao número de empresas.
As estruturas das atividades de serviços nas grandes regiões brasileiras não apresentaram diferenças significativas entre si. No tocante à receita bruta de serviços, os “serviços de informação e comunicação” apareceram com a maior participação na variável receita bruta de prestação de serviços, nas regiões Norte (32,7%); Sudeste (31,8%) e Centro Oeste (34,6%). Nas regiões Nordeste e Sul, nesta variável, destacaram-se os “transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio” com, respectivamente, 28,3% e 34,2%.
Nas variáveis “pessoal ocupado” e “massa de salários pagos”, a atividade dos “serviços profissionais, administrativos e complementares” se destacou em todas as grandes regiões.
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