As coligações européias contra Napoleão

Ricardo Bergamini

Primeira Coligação - Áustria, Prússia, Inglaterra, Rússia, Holanda, Espanha, os Estados alemães (Sacro Império) e os Estados italianos – 1793.

Nesse mesmo ano, um jovem capitão, Napoleão Bonaparte, destacou-se no sítio e tomada de Toulon; e obteve, apesar da sua mocidade (24 anos), o grau de general de brigada. Em 1796 – com apenas 27 anos de idade – Napoleão foi nomeado general de divisão e recebeu o comando do exército francês da Itália. Já se viu o que foi a brilhante campanha napoleônica na Itália

Segunda Coligação – Inglaterra, Turquia, Áustria, Rússia e as Duas Sicílias.

Aproveitando a ausência de Napoleão (que se achava no Egito), os aliados obtêm grandes êxitos iniciais. Mas as vitórias de Massena (1799) fazem com que os russos se retirem da guerra. Já de volta à França, e investido dos poderes de 1 Cônsul, Napoleão derrota os austríacos em Marengo e Hohenlinden (1800), obrigando-os a assinar a paz de Luneville (1801). Os ingleses assinam a paz de Amiens em 1802.

Terceira Coligação – Inglaterra, Áustria e Rússia.

Os ingleses vencem a batalha naval de Trafalgar (1805), anulando o plano de Napoleão de atravessar o canal da Mancha e invadir a Inglaterra. Napoleão vence os austríacos em Ulm (outubro de 1805) e os austro-russos na famosa batalha de Austerlitz (dezembro de 1805). A Áustria pede a paz.

Quarta Coligação – Inglaterra, Prússia e Rússia.

Os prussianos são derrotados em Iena e em Auerstaedt (1806). Napoleão entra em Berlim. Vence os russos em Friedland (1807). O czar Alexandre I firma a paz com Napoleão, em Tilsitt (junho de 1807). Contra a Inglaterra Napoleão implanta o bloqueio continental (o que, entre outros acontecimentos, provocará a vinda da família real portuguesa ao Brasil, em 1808).

Quinta Coligação – Inglaterra, Áustria e Espanha.

Napoleão vence os austríacos em Wagram (1809), mas estes conseguem retirar-se em boa ordem. Mesmo assim, o imperador austríaco, Frederico II, solicita a paz. O tratado de Viena (outubro de 1809) assinala o apogeu do poderio napoleônico. Durante dois anos, Napoleão é o dono absoluto da Europa ocidental e central: mais de setenta milhões de pessoas (a metade da população européia).

Sexta Coligação – Inglaterra, Rússia e Suécia.

A 12 de junho de 1812, Napoleão atravessa o Niêmen e invade a Rússia com a Grande Armée (509.700 homens), composta de franceses, italianos, austríacos, croatas, suíços, bávaros, saxões, prussianos, belgas, holandeses, poloneses e wesfalianos. Em Borodino (7 de setembro de 1812), a 150 km de Moscou, o general russo Kutúzov enfrenta os soldados de Napoleão (já reduzidos a 128.000). As forças de Napoleão entram em Moscou (14 de setembro), quase totalmente abandonada pela sua população. No dia seguinte, porém, a cidade é incendiada pelos próprios russos. A retirada das tropas de Napoleão, em pleno inverno (outubro, novembro e dezembro), prostradas pelo frio e pela fome, constantemente fustigadas pelos soldados de Kutúzov, por guerrilheiros e cossacos – transforma-se numa catastrófica derrota. A 16 de dezembro, só 18.000 homens – o resto do Grande Exército! – conseguem repassar o Niêmen e chegar a Kovno. Napoleão perdera mais de 490.000 soldados. Era o começo do fim.

Sétima Coligação – Os Cem Dias (1 de março a 22 de junho de 1815).

Napoleão foge de Elba e desembarca na Provença com 1.000 soldados veteranos. Sua marcha sobre Paris é uma consagração triunfal. Em poucos dias reúne 124.000 homens e se atira contra 220.000 anglo-prussianos. É finalmente derrotado em Waterloo (18 de junho de 1815). Abdica a 22 de junho e tenta embarcar para os Estados Unidos. Mas é preso pelos ingleses, que o envia prisioneiro à longínqua ilha de Santa Helena (no Atlântico Sul), onde morre seis anos mais tarde (5 de maio de 1821).

 

O autor é Professor de Economia

 

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