Dívidas dos Estados e Municípios

Estudo das Dívidas dos Estados e Municípios com a União

Quadro Demonstrativo I – Composição da Dívida de Estados e Municípios – Fonte Banco Central – Base R$ bilhões – Por Ordem Decrescente de Valor – Novembro/00

Estados

União

Bancária

Externa

Outras

Total

%

SP

90,9

4,0

1,7

1,0

97,6

37,80

RJ

22,8

7,6

1,6

0,2

32,2

12,47

MG

25,1

0,7

1,0

1,1

27,9

10,80

RS

16,8

0,6

0,7

0,7

18,8

7,28

PR

6,9

1,8

1,5

0,6

10,8

4,18

BA

8,1

0,9

1,0

0,1

10,1

3,91

GO

8,0

0,3

0,1

0,8

9,2

3,56

SC

4,8

0,3

0,4

1,5

7,0

2,71

PE

4,5

0,3

0,2

-

5,0

1,94

MT

4,5

0,1

0,2

0,1

4,9

1,90

MA

4,1

0,1

0,2

-

4,4

1,70

CE

2,7

0,6

0,9

0,1

4,3

1,66

MS

4,1

0,1

0,1

-

4,3

1,66

AL

2,1

0,1

-

1,1

3,3

1,28

PB

2,3

0,1

-

0,1

2,5

0,97

ES

1,8

0,1

0,3

0,2

2,4

0,93

PI

2,0

0,1

0,1

-

2,2

0,85

AM

2,0

0,1

-

-

2,1

0,81

PA

1,5

0,1

0,2

-

1,8

0,70

RO

1,2

0,1

0,2

-

1,5

0,58

SE

1,2

0,1

0,1

0,1

1,5

0,58

DF

0,7

0,6

0,1

0,1

1,5

0,58

RN

1,0

0,3

-

-

1,3

0,50

AC

0,6

-

-

0,1

0,7

0,27

TO

0,1

0,1

0,3

-

0,5

0,19

RR

0,1

0,2

-

-

0,3

0,14

AP

-

0,1

-

-

0,1

0,05

Total

219,9

19,5

10,9

7,9

258,2

100,00

Quadro Demonstrativo II – Composição da Dívida de Estados e Municípios – Fonte Banco Central – Base R$ bilhões – Concentração em 5 Estados – Novembro/00

Estados

União

Bancária

Externa

Outras

Total

%

SP

90,9

4,0

1,7

1,0

97,6

37,80

RJ

22,8

7,6

1,6

0,2

32,2

12,47

MG

25,1

0,7

1,0

1,1

27,9

10,80

RS

16,8

0,6

0,7

0,7

18,8

7,28

PR

6,9

1,8

1,5

0,6

10,8

4,18

(1)

162,5

14,7

6,5

3,6

187,3

72,53

(2)

57,4

4,8

4,4

4,3

70,9

27,47

(1) Total 5 Estados; (2) Total 22 Estados Restantes. 

 edem1.1

Considerações

Do total da dívida dos Estados e Municípios de R$ 258,2 bilhões, o montante de R$ 253,8 bilhões foi securitizada entre os anos de 1997/98, ou seja, transferida para o Governo Federal como moeda de troca para o apoio político ao projeto de reeleição do Sr. Presidente FHC.

Do total da dívida dos Estados e Municípios de R$ 258,2 bilhões, o montante de R$ 225,7 bilhões são de responsabilidade dos Estados e Distrito Federal, sendo R$ 24,7 bilhões dos Municípios de Capitais e R$ 7,8 bilhões dos Municípios do Interior.

O campeão do endividamento é o Estado de São Paulo com R$ 97,6 bilhões, ou seja, 37,80% do total brasileiro, sendo R$ 76,4 bilhões de responsabilidade do Estado, R$ 16,4 bilhões da capital de São Paulo e R$ 4,8 bilhões de outros municípios do interior do Estado.

Cabe destacar a brutal e imoral concentração dos recursos para apenas 5 Estados da Federação, abocanhando 72,53% dos recursos de socorro financeiro, enquanto para os demais 22 Estados da Federação, apenas 27,47% dos recursos. Continuamos concentrando nossos esforços apenas aos Estados margeados pela linha das "Capitanias Hereditárias" do início de nossa história. O resto do país continua sendo um vasto terreno baldio desprezado pelos governantes brasileiros.

Como já citei acima, outro destaque no estudo é o nosso maldito destino de, mesmo após 500 anos de história, continuarmos concentrado todo o esforço nacional para serem distribuídos apenas aos Estados mais ricos da Federação, haja vista o Estado de São Paulo sendo beneficiado em 37,80% do socorro financeiro.

Outra fato à destacar no estudo, seria a imoral contradição da luta separatista existente no país, onde os Estados que lutam por tal imoralidade, ou seja: São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul, abocanharam juntos 32,4% dos recursos das Transferências Constitucionais, como já vimos no estudo anterior, e 52,82% dos Recursos de Socorro Financeiro. Haja cinismo e hipocrisia, ou quem sabe, talvez muito mais ingenuidade da grande maioria, defendendo algo que não conhecem.

Desejo que Deus ilumine as mentes dos leitores deste texto, para que o mesmo seja lido de uma forma adulta, e exclusivamente técnica. Entendendo que enquanto o Brasil não for administrado de forma racional, tais distorções trarão prejuízos para todos os brasileiros, inclusive os aparentemente beneficiados, visto que seus problemas tenderão à agravarem-se, a cada dia mais, por concentração populacional, consequentemente com custos de manutenção e de sobrevivência, com crescimento exponencial, tais como: água potável, saneamento, segurança. etc. A continuarmos administrando o país desta forma corporativista e bairrista, jamais conseguiremos conquistar nosso vasto terreno baldio, que são as nossas regiões Norte e Centro-Oeste, representando 64% de nosso território total, ocupado apenas por 14% de nossa população. Não existe melhor forma de garantirmos a soberania desta região, a não ser pela presença do nosso povo. Vamos todos nos congregarmos em torno deste projeto de ocupação total de nosso maravilhoso território, caso contrário será mais digno vendermos para outros interessados. Deus já nos concedeu 500 anos para refletirmos sobre o tema, não haverá mais tempo. Basta de tanta ignorância, retórica e debates ideológicos !!! Vamos agir. Não é possível ser eu o único louco deste país.

O nosso maldito destino como nação é conseqüência de nossa deformação cultural em desprezar números, medidas, cálculos, relatórios, etc. Enfim, tudo que for relacionado à matemática, haja vista sermos o país campeão do mundo em obras inacabadas. Misturamos "desejos com realidade".

Para finalizar devo informar ser um convicto patriota, acredito em pátria e nação, porém dentro da minha também convicção matemática afirmo que, após trinta e dois anos de estudos no campo do conhecimento da macroeconomia do meu país, se não mudarmos nossos conceitos como povo, será inevitável nossa digna rendição diante de um mundo, cada vez mais dominado pelo conhecimento tecnológico. Não haverá mais espaços para países serem soberanos, comportando-se como o Brasil dos últimos 16 anos, com raras exceções, sendo administrado por estúpidos, imbecis, ignorantes e corruptos, em todos os níveis de governo: federal, estadual e municipal. Nenhum país do planeta poderá mais dar-se ao luxo de desperdiçar talentos humanos por motivos políticos, ideológicos ou partidários. Talento humano deverá ser utilizado em qualquer forma de governo, ou de ideologia. O Brasil não poderá exigir conviver, de uma forma soberana com o mundo, sendo administrado por amadores indicados políticos, ou com políticas macroeconômicas de "tesouraria", improvisadas no dia-a-dia, como tem sido nos últimos dezesseis anos de Democracia Meia-Sola.

Deixo abaixo um pequeno parágrafo para reflexão dos leitores sobre o demonstrado e comentado no estudo em pauta.

Grandes criadores da ciência moderna tais como, Kepler, Galileu e Newton interpretavam a inteligibilidade matemática do cosmo num sentido teológico (como seus contemporâneos Descartes e, sobretudo, (Malebranche). Deus criou o mundo com leis matemáticas colocando em nosso espírito "ciências de verdade" (Descartes) que nós apenas temos de desenvolver para compreendê-lo. Kepler, entusiasmado com sua descoberta da trajetória elíptica dos planetas, exprime, numa bela página dos seus Cinco Livros sobre a Harmonia do Mundo, sua gratidão a Deus: "Agradeço-te, Criador e Senhor, por me teres regozijado o espírito com o espetáculo de tua obra". Leibniz admirava profundamente a extrema simplicidade das leis do universo, em que o máximo de efeitos realizou-se com o mínimo de meios. "O mundo", dizia, "originou-se dos cálculos de Deus". Já Platão invocava um Deus que "sempre geometriza". Na Bíblia, o Livro da Sabedoria (XI, 20) ensina-nos que "Deus tudo regulou com medida e com número".

Autor: Professor de Economia Ricardo Bergamini – Telefone (0xx48) - 2447671 – Endereços Eletrônicos:   Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.   -  Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.   - Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.   - sitio www.angelfire.com/sc3/ricardobergamini.

Florianópolis, 11 de Fevereiro de 2001.

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