JUSTIÇA DUVIDOSA, INJUSTIÇA DE FATO

"Na última segunda-feira, a juíza Maria Amélia Carvalho, da 23ª Vara Federal, resolveu fazer jus ao calvário de Vera. Numa decisão inédita nos tribunais brasileiros, concedeu à ex-guerrilheira indenização pelos maus-tratos sofridos nos anos de chumbo. Vera vai receber R$ 4.000,00 mensais para custear seus tratamentos médicos. ‘É uma vitória histórica. Uma vitória da justiça’, comemorou Vera".

Esta foi parte do texto da reportagem do Correio Braziliense, de 04 de maio deste ano, em que a opinião pública foi informada de que uma juíza de primeira instância resolvia fazer a sua justiça, em sentença cujo simplismo, se não enseja supor um posicionamento político, pelo menos promove um tratamento mais "isonômico" dos Poderes da República em relação a ex-terroristas, pois, até então, apenas o Executivo tomara para si a "dignificante" iniciativa de premiar criminosos que mataram, seqüestraram, assaltaram, justiçaram e derramaram sangue inocente por uma causa política, sob a falácia de lutar contra uma ditadura. Agora o Judiciário também trata de participar desse esforço justiceiro, com a diferença de que pode estar abrindo precedente para que outra leva de criminosos venha a requerer igual benefício.

"Não fui só comunista, fui uma humanista. Acho que foi esse o capital mais importante que herdei dessa vida toda, cheia de percalços". Assim se expressou Vera Sílvia Araújo de Magalhães, que recebeu a benemerência da Justiça pela alegação de que foi vítima de "tortura durante a ditadura", sem nenhuma prova além da sua palavra de ex-terrorista, que assevera sofrer hoje, mais de trinta anos após, de "seqüelas" perfeitamente naturais, afinal, em pessoas da sua idade, como os alegados: câncer, úlcera, incontinência urinária e outros males que tais.

O ineditismo da sentença prolatada pela Meritíssima Juíza é ainda maior por garantir o direito à pensão antes mesmo do julgamento do mérito, obrigando a União a pagá-la, mesmo que recorra e durante todo o tempo em que durar o processo do recurso. Não se sabe, entretanto, se os responsáveis por esse governo que aí está têm interesse em discutir o assunto, uma vez que o último ocupante do cargo de Ministro da Justiça, o ex-terrorista "Camarada Mateus", chegou a assinar Portaria, recompensando, com generosa indenização, a sua ex-mulher por também ter combatido a "ditadura".

Assistimos a tudo isso sem que nos caiba nenhuma satisfação para o destino que se dá ao dinheiro público, que tanta falta faz aos hospitais, aos idosos também doentes e às vítimas da verdadeira ditadura que assola este Brasil, que é a iniqüidade, madrasta de tantos brasileiros condenados à miséria absoluta. E as famílias dos mortos e mutilados por essa casta de apadrinhados dos tribunais e das comissões de direitos humanos? Quando lhes chegará qualquer direito que não seja o do esquecimento?

Até quando somente para alguns caberá a isonomia dos direitos "compensatórios", enquanto para cidadãos qualificados de segunda classe, por não se engajarem à esquerda, resta a injustiça de fato?

Deixamos para o julgamento de nossos leitores um extrato dos "feitos" da nova heroína :

VERA SÍLVIA ARAÚJO DE MAGALHÃES ("MARTA", "ANDRÉIA", CÁRMEN", "ÂNGELA", "DADA")

- No início de 1969, aproveitando-se de sua aparência física atraente, apresentou-se na casa do Embaixador dos EUA sob o pretexto de buscar emprego como doméstica, no que foi atendida pelo encarregado da segurança, profissional a quem envolveu emocionalmente para os seus objetivos de levantar dados para o efetivo seqüestro do diplomata estrangeiro, ocorrido em 04Set69;

- Em 16Fev70, na iminência de ser presa com companheiros no "aparelho" da sua organização terrorista, na Penha/RJ, fugiu em tiroteio travado contra agentes de segurança. Na troca de tiros, foi baleado o policial Daniel Balbino de Menezes;

- Em 06Mar70, em novo tiroteio, foi baleada, de raspão, na cabeça e presa, ficando aos cuidados médicos de seus captores para a recuperação do ferimento recebido. Na prisão, delatou diversos companheiros;

- Em 15jun70, foi um dos 40 militantes comunistas banidos para a Argélia, em troca do Embaixador da Alemanha, seqüestrado em 11Jun70. Foi embarcada para o banimento em cadeira de rodas, conforme mostraram fotografias dos jornais da época, ainda em decorrência do tiro recebido;

- Casou-se por sete vezes, uma delas com Fernando Paulo Nagle Gabeira, um dos seqüestradores do Embaixador dos EUA e hoje Deputado Federal, notabilizado por seu posicionamento a favor da descriminalização da maconha;

- No exterior, peregrinou por sete países, tendo um filho na França; e,

- Em Paris, prosseguiu com seus privilegiados estudos e foi aluna do então professor Fernando Henrique Cardoso, a quem rotulou de "marxista demais para o meu gosto".

Por esse currículo, a "humanista" Vera Sílvia de Araújo de Magalhães teve o seu insólito "capitalismo" reconhecido.

Entretanto, quem expia as suas culpas, pagando por essa opção pelo crime, somos nós brasileiros, alvo de tanto humanismo de grosso calibre.

Setor de Comunicação Social – Ternuma Regional Brasília. Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .'; document.write( '' ); document.write( addy_text29117 ); document.write( '<\/a>' ); //--> Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

TERNUMA REGIONAL BRASÍLIA ( www.ternuma.com.br).

Comentários do Administrado para auxiliar na reflexão dos leitores

Gastos com Pessoal da União

a) O gasto total com pessoal da União (diretos, indiretos, civis e militares) migrou de R$ 35,8 bilhões em 1994 para R$ 65,4 bilhões em 2001. Incremento de 82,68% em relação ao ano de 1994. Com base nos gastos até março de 2002 podemos projetar um gasto total de R$ 74,2 bilhões para o ano de 2002. Inflação no período de 1995/2001: IGPM (FGV) = 101,14%;: IPCA (IBGE) = 78,31%.

b) Considerando os três poderes da República, civis e militares, com base nos gastos até março de 2002 o rendimento médio mês per capita com pessoal ativo do governo federal foi de R$ 3.355,09, sendo a média nacional dos trabalhadores formais nas atividades privadas de R$ 751,60, ou seja: 346,09,% menor;

c) Considerando os três poderes da República, civis e militares, com base nos gastos até março de 2002 o rendimento médio mês per capita com pessoal inativo (aposentadorias e pensões) foi de R$ 2.474,37, sendo a média per capita dos inativos das atividades privadas de R$ 324,00 mensais, ou seja: 663,69% menor.

Avança Brasil!!! (para o abismo)

Atenciosamente,
Ricardo Bergamini
Florianópolis, 11 de maio de 2002

Para comentar você deverá estar logado.