Depoimentos sobre o movimento cívico - militar de 31 de março de 1964

Esta página foi aberta para depoimentos de todos os participantes, civis e militares, do movimento cívico-militar de 31 de março de 1964, com o objetivo do resgate da verdade histórica. Participem!!!!!!!!

"POVO QUE NÃO RESPEITA SEU PASSADO E SUA HISTÓRIA NÃO É DIGNO DE FUTURO"

"Qualquer semelhança com o maldito momento atual da vida brasileira, não é mera coincidência"

Depoimento do Coronel do Exército reformado Wenceslau Malta. Telefone

À

Senhora CECÍLIA COIMBRA

Cara Senhora:

É impressionante o ódio que a senhora demonstra pelos militares brasileiros. A sua postura não é pela igualdade de posicionamentos, pela imparcialidade dos julgamentos, pela justiça, pela coerência ou pela razão. É puro ódio. Será que hoje, já decorridos mais de vinte anos da decretação da Lei da Anistia, pelo Presidente Geisel, em 1978, com vistas ao desarmamento de espíritos e para que ficassem sepultados os erros praticados por ambos os lados, onde se incluíam a tortura e o terrorismo, a senhora ainda está a "farejar" os possíveis torturadores daquela época? Veja bem: nós sabemos exatamente onde estão e o que fazem todos aqueles que seqüestraram Embaixadores e Cônsul, que assassinaram friamente militares e civis brasileiros e estrangeiros, que assaltaram, que incendiaram e fizeram atentados à bomba. Mas a nossa disciplina Castrense, o nosso respeito às leis e até para mantermos o respeito que a nossa sociedade tem e sempre teve para conosco, mantemo-nos em silêncio. Apesar das injustiças que estamos sofrendo. Além disso, enquanto a senhora tenta encontrar e perseguir aqueles seus possíveis inimigos daquela época, reabrindo feridas que já deviam estar cicatrizadas, nós, militares, estamos empenhados com causas mais nobres, que se relacionam com o futuro da nação brasileira, dos nossos filhos e netos. Hoje, dedicamo-nos de corpo e alma, quase que isoladamente, na preservação da Amazônia.

Será que a senhora sabe do que se trata?

Seria bom que a senhora soubesse e até visse o que estamos fazendo pela aquela imensa e tão rica área, defendendo-a da cobiça estrangeira, particularmente das grandes potências mundiais.

Aliás, se a senhora conhecesse a história do nosso Brasil, veria que os militares brasileiros, que nada mais são do que o povo fardado, sempre estiveram ao lado e contribuindo pelo engrandecimento do nosso país, seja na Proclamação da República, na neutralização dos movimentos separatistas, na defesa do nosso território, na manutenção das nossas fronteiras, no cumprimento dos compromissos internacionais e até mesmo na derrubada de uma ditadura civil.

Talvez a senhora não nos perdoe porque em 31 de Março de 64 neutralizamos as pretendidas ações radicais da direita e a implantação de ideologias espúrias da esquerda, sem o derramamento de uma gota de sangue sequer. E tudo apoiado e a pedido da sociedade brasileira (se a senhora tem dúvidas consulte os jornais da época).

O seu ódio, D. Cecília, não conseguirá tirar o respeito e a admiração que o nosso povo tem pelas suas Forças Armadas. Todos aqueles magistrados, médicos, advogados, jornalistas, economistas que hoje constituem parte da elite pensante do Brasil e que cursaram os Colégios Militares, NPOR, CPOR ou mesmo serviram na tropa como soldados, sabem da seriedade da nossa Instituição e o amor, sem limites, que dedicamos à nossa Pátria.

Talvez a senhora não nos perdoe também, porque apesar de vozes amargas, ferozes e cheias de rancor como as suas, continuamos a ser, em pesquisa da opinião pública realizada há quatro anos atrás, uma das instituições de maior credibilidade.

Finalizo D. Cecília, sugerindo, mais uma vez, que abrace uma causa mais nobre, mais digna e que contribua, efetivamente, para o engrandecimento, paz e felicidade do nosso povo. Como a senhora não conseguirá nos derrotar ou nos denegrir, por que não se junta a nós por um Brasil melhor?

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